A polémica sobre o achamento do continente Austral pelos portugueses no século XVI mantém-se viva. Um cone de penumbra continua a persistir em torno do tema, cone que não é de luz pois não há qualquer prova documental, mas que também não é de sombra. Alguns, precipitadamente, atribuíram o feito a Cristóvão de Mendonça. O Professor Luís Filipe Thomaz provou que Mendonça não o pudera realizar, pois na data avançada por alguns historiógrafos encontrava-se a caminho de Cochin, vindo de Malaca.
Ganha consistência a tese, segundo a qual o achamento se terá ficado a dever, não a um representante da Coroa, mas a um ou mais dos muitos comerciantes de sândalo que demandavam Timor todos anos para aprovisionamento dessa madeira preciosa. O achamento terá sido múltiplo, não se tendo os portugueses interessado por essa "terra incógnita" - mas já presente na cartografia de então como situada a Sul de Java Maior (Sumatra) e Java Menor (Java) - pois, potência mercantil em regime de capitalismo régio, a Portugal só interessava abrir mercados receptivos a trocas comerciais.
Na Austrália, como lembra Luís Filipe Thomaz, os povos que a habitavam - rudes, nus e primitivos - não ofereciam quaisquer condições para a realização de negócios e cabedais.
Ganha consistência a tese, segundo a qual o achamento se terá ficado a dever, não a um representante da Coroa, mas a um ou mais dos muitos comerciantes de sândalo que demandavam Timor todos anos para aprovisionamento dessa madeira preciosa. O achamento terá sido múltiplo, não se tendo os portugueses interessado por essa "terra incógnita" - mas já presente na cartografia de então como situada a Sul de Java Maior (Sumatra) e Java Menor (Java) - pois, potência mercantil em regime de capitalismo régio, a Portugal só interessava abrir mercados receptivos a trocas comerciais.
Na Austrália, como lembra Luís Filipe Thomaz, os povos que a habitavam - rudes, nus e primitivos - não ofereciam quaisquer condições para a realização de negócios e cabedais.
Num exercício de erudição sobre cartografia antiga, Thomaz demonstra que a chegada dos portugueses à Austrália era incontornável, apresentando cartas produzidas pela escola cartográfica de Dieppe, a qual, desde a década de 1530 passou a referir-se insistentemente ao continente Austral, que então se pensava alargar por todo o Índico Sul, até ao extremo sul de África.
MCB
Luís Filipe Thomaz. “A expedição de Cristóvão de Mendonça e o descobrimento da Austrália”, comunicação apresentada ao colóquio Os Portugueses no Descobrimento da Austrália,
Museu da Ciência, Coimbra, Maio de 2008.
Imagem: Planisfério de Guillaume Brouscon, da Escola de Dieppe, 1543
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