«Os Estados Unidos deveriam ter um Rei e uma Rainha. Era bonito,
dinamizava a economia, divertia as pessoas e até podia ser que
funcionasse melhor » Nicholas Donabet Kristof
A provável nomeação presidencial de Donald Trump confirmou o que
muitos têm argumentado por anos: A Democracia norte-americana não está
bem e muito provavelmente pode não sobreviver a esta campanha presidencial.
A intensa obstrução política do partido republicano e o
seu extremismo ideológico durante a presidência de Barack Obama minaram
as normas que regem os padrões políticos essenciais a qualquer
Democracia moderna. Agora os eleitores republicanos têm à escolha um
candidato presidencial que funciona como um motim retórico, quebrando em
pedaços as expectativas rudimentares de competência, coerência e
civilidade que deveriam suster a Democracia.
Como Seth Masket, um cientista político da Universidade de Denver,
escreveu no Vox, “Isto representa o fracasso mais colossal de um partido
político americano na história moderna.”.
O que levanta uma pergunta incómoda. Se uma das partes em uma
democracia de dois partidos é um “fracasso colossal”, não será seguro
estender esta falha ao próprio funcionamento da Democracia? É a ascensão
de Trump um aliviar de excesso de pressão ou a evidência de uma falha sistémica? Mas há uma solução de longo prazo: Reformar a Democracia com o
medicamento mais radical, eleger um Monarca.
Se nos conseguirmos abstrair de Jorge III e de toda a retórica que tinha algum sentido até ao séc XIX, os novos monarcas constitucionais norte-americanos poderiam servir para assegurar a Constituição, uma espécie de comandantes-em-chefe da moral e indignação nacionais, uma barreira institucional aos trepadores do Poder e ao mau funcionamento dos dois maiores partidos.
Os monarcas poderiam passar dias a assistir aos candidatos dos dois partidos degladiarem-se com as propostas mais atrozes com um ar de paciência próprias de quem está habituado às efémeras lutas pelo Poder.
Tudo isso daria tempo ao monarca para elaborar uma verdadeira
estratégia de limpeza que obrigasse aos partidos focarem-se mais na
qualidade e viabilidade das propostas em detrimento da retórica do
assalto ao voto que se foca mais na liberdade de porte de arma do que na
resolução da falência de alguns Estados e os milhões de desempregados
que se arrastam nas ruas.
“O sistema funciona na medida em que responde à raiva da classe
trabalhadora (…), um grupo cujos interesses têm sido largamente
ignorados por ambas as partes até agora”, disse Francis Fukuyama, director do Centro para a Democracia, Desenvolvimento e do Estado de
Direito na Universidade de Stanford, via e-mail. “Trump, no entanto, tem
todos os hábitos de um demagogo clássico e não vai servir bem o país
como presidente.”.
Os críticos de vistas curtas poderão apresentar objecções mesquinhas, dizendo que a Monarquia não é democrática nem igualitária. Pois. Considerando que nos EUA, 1% das pessoas possuem seis vezes mais dinheiro que as 80%, podemos dizer que já existe uma aristocracia, que é a pior versão do modelo monárquico, à solta sem o controle de uma figura na chefia do Estado que sobreviva à voragem do tempo.
A nomeação de Trump parece ser cada vez mais provável e mesmo que não
seja eleito a falha sistémica ficou evidente e o País, bem como todo o
arsenal atómico, podem um dia ficar nas mãos de um demagogo sem
experiência política ou interesse público. Os americanos apreciam tanto
a Democracia e a retórica republicana que deixaram para trás a reforma
de um sistema que é em tudo similar às velhas monarquias medievais
europeias onde a ganância de um se pode sobrepor à incompetência de
muitos e à liberdade dos restantes.
É, talvez, potencialmente grave se Trump for eleito, mas também tenho esperança que seja o único a, finalmente, tomar uma atitude para conter as " cruzadas " islâmicas que se estão a ver todos os dias com a simpatia de tanta gente, isto sim um perigo para todos os países civilizados.
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