A criação da Rede de Castelos e Muralhas do Mondego respeitou uma antiga aliança…
No ano de 1064, D. Fernando Magno conquista Coimbra, um episódio capital no longo processo de reconquista Cristã. Doravante, Coimbra e a bacia do Mondego, assumem a defesa da fronteira entre dois mundos, o Cristão e o Muçulmano.
Ao comando desta nova fronteira está o Moçárabe Sesnando Davides. Criado na corte de Abbad II al-Mutadid, Sesnando coloca-se ao serviço de D. Fernando e é nomeado primeiro Governador de Coimbra, assumindo a guarda avançada do condado e recorrendo, para tal, a um conjunto de estruturas defensivas sob sua administração.
Os Castelos de Coimbra, Lousã, Miranda do Corvo, Montemor-o-Velho, Penela, Soure e a atalaia de Buarcos, formaram, entre outros, a Linha Defensiva do Mondego. A esta fronteira associaram-se anos mais tarde outras estruturas como o Castelo de Pombal ou de Germanelo, que vêm consolidar esta fronteira, palco de conflitos armados, de instabilidades e perigos, mas também de convivências, permeabilidades e amores.
Há uma história fascinante da qual somos legítimos herdeiros…
A Rede de Castelos e Muralhas do Mondego procura dignificar essa história e criar a partir do património histórico e cultural um produto turístico de excelência, assente na valorização da Linha Defensiva do Mondego e na mobilização de parceiros para a criação de dinâmicas conjuntas.
Hoje, catorze parceiros sentam-se à mesma mesa para defender a Herança legada por D. Sesnando:
- Direcção Regional de Cultura do Centro
- Entidade Regional de Turismo do Centro de Portugal
- Instituto Pedro Nunes
- Município de Ansião
- Município de Condeixa-a-Nova
- Município de Coimbra
- Município da Figueira da Foz
- Município da Lousã
- Município de Miranda do Corvo
- Município de Montemor-o-Velho
- Município de Penela
- Município de Pombal
- Município de Soure
- Universidade de Coimbra
Juntos, dão vida à Agência para o Desenvolvimento dos Castelos e Muralhas Medievais do Mondego.
A campanha que agora empreendemos é longa e desafiante. Todos somos convidados a recuperar a nossa história! Parta à reconquista connosco!
A aliança da Linha Defensiva do Mondego foi reanimada em maio de 2010, quando treze entidades se sentam à mesma mesa e assinam o Pacto para a Competitividade e Inovação Urbana, que as compromete no cumprimento de um programa estratégico comum, apresentado no âmbito da Candidatura ao Mais Centro, Eixo 2 - Programa Política de Cidades – Redes Urbanas para a Competitividade e Inovação (QREN, 2007-2013).
A candidatura, aprovada em Dezembro de 2010, assentou num Programa Estratégico com um investimento inicial que rondava os 10 milhões de euros.
Reunidos em 2010, estes parceiros perceberam que dada a natureza temática do projecto, não coincidente com qualquer estrutura administrativa, existia a oportunidade para criar uma nova entidade que funcionasse como um corpo estruturante de gestão e organização da Rede.
Assim, em Fevereiro de 2011, é criada a Agência para o Desenvolvimento dos Castelos e Muralhas Medievais do Mondego (ADCMMM), uma associação privada sem fins lucrativos que tem por desígnio promover o desenvolvimento cultural, turístico e económico da Rede Urbana como marca agregadora do património medieval da região do Mondego (artigo 2.º, Capítulo I, Estatutos da Associação).
O território a defender abrange os concelhos de Coimbra, Figueira da Foz, Lousã, Miranda do Corvo, Montemor-o-Velho, Penela, Pombal e Soure.
A Agência acompanha todos os projectos individuais de cada um dos seus parceiros, promove os projectos imateriais da Rede e promove a cooperação em projectos de desenvolvimento cultural, identitário, social e económico.
Segundo os estatutos desta associação, são atribuições da Agência (artigo 3.º):
- Conceber e desenvolver produtos turísticos;
- Promover acções de valorização do Património;
- Implementar acções de capacitação e projecção internacional do território;
- Fomentar actividades de âmbito cultural de animação da Rede;
- Criar uma plataforma de cooperação regional, intermunicipal, e entre entidades públicas e agentes privados, capaz de valorizar recursos endógenos fomentando o desenvolvimento local, económico e social;
- Constituir um fórum de coordenação de esforços e de concertação de estratégias, que maximize sinergias, em matéria de composição da oferta e preservação e valorização territorial;
- Defender e valorizar o património medieval do território abrangido, promovendo planos de reabilitação urbana, pareceres técnicos, entre outros;
- Participar, criar ou gerir projectos em conformidade com o seu objecto, por si ou em associação com outras entidades conexas;
- Contribuir para a diversificação e dinamização da actividade económica, nomeadamente na área do turismo;
- Responder directamente, ou através de consultoria externa, à prestação de serviços aos parceiros associados para a prossecução dos seus fins.
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