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A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO

A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO
Autor: Nuno A. G. Bandeira

Tradutor

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

ASSASSINADOS... (1)

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A sentença estava traçada há vários anos e tinha como objectivo a implantação da república em Portugal.

Por isso no dia 1 de Fevereiro de 1908, há 108 anos, quando a Família Real, vinda de Vila Viçosa chegou a Lisboa e ia entrar para a Rua do Arsenal, ouve-se um tiro. O possível sinal para o início da “chacina”. São assassinados a tiro, no Terreiro do Paço, Sua Majestade el-Rei D. Carlos e o Príncipe Real D. Luís Filipe.

A 21 de Maio de 1908, D. Manuel II descreveu a forma como viveu este trágico acontecimento, sob o título de “Notas absolutamente íntimas”: “Vi um homem de barba preta [...] abrir a capa e tirar uma carabina [...]. Quando [o] vi [...] apontar sobre a carruagem percebi bem, infelizmente, o que era. Meu Deus, que horror o que então se passou! Logo depois do Buíça ter feito fogo [...] começou uma perfeita fuzilada, como numa batida às feras! Aquele Terreiro do Paço estava deserto, nenhuma providência! Isso é que me custa mais a perdoar ao João Franco...”   

Magalhães Lima pronunciou a doutrina e o Grande Oriente Lusitano (obediência maçónica portuguesa), executou-a!

Para a concretização do plano surge a Carbonária Portuguesa - maçonaria irregular, fundada em 1896 por Luz de Almeida, integrada na loja Montanha.

ban.JPGBandeira da Carbonária (veja-se a semelhança com a bandeira da república Portuguesa)

A Carbonária Portuguesa foi criada com um único objectivo: derrubar a Monarquia, nem que para isso tivesse de recorrer ao assassínio. Era uma força armada e milícia maçónica, que mobilizava alguns milhares de elementos, fabricava bombas, fornecia armas e, clandestinamente, dava instrução militar aos seus membros e foi responsável pelo atentado contra o legítimo Chefe de Estado Português e Seu Augusto filho.

Este Crime Inqualificável, é o culminar de alguns anos da feroz e mentirosa propaganda republicana, que culpava El-Rei D. Carlos por todos os males do país, afirmando, insistentemente, que o Rei estava desacreditado, quer no país quer no estrangeiro, bem como a Família Real, que D. Carlos era um Rei ignorante e inexperiente, sempre influenciado pela igreja, indiferente aos interesses de Portugal… entre tantas outras acusações, que ia publicando na imprensa nacional e internacional.

A máquina propagandística estava muitíssimo bem afinada!

Propaganda esta que teve como principal instigador, o Grão-Mestre do Oriente Lusitano Magalhães Lima, que ao longo dos anos foi colaborando e fundando alguns jornais, designadamente: “A Republica Portugueza”, “Comércio de Portugal”, “ O Século”, etc., onde desferiu os seus ferozes ataques à monarquia e ao Rei de Portugal, sendo pois, ao invés de D. Carlos e da Monarquia, o principal responsável, pela impopularidade do regime, através dos seus escritos intencionalmente direccionados e de falsos argumentos.

Para Magalhães Lima, D. Carlos era também o grande responsável pela permanente divisão partidária.

Contudo, nada pode ser mais falso.

Em primeiro lugar, o bipartidarismo resultava, não da vontade do Rei, mas dos resultados eleitorais. E a divisão partidária não acontecia na Monarquia, pois aqui, o Rei, representa a Nação, na sua plenitude e continuidade e não sendo eleito, não fomenta qualquer disputa partidária mas acontece, precisamente, na república, em virtude da eleição do chefe de estado, oriundo de um ou outro quadrante político e normalmente apoiado por forças partidárias.

Em segundo lugar, D. Carlos, teve uma intensa actividade diplomática, que credibilizou imenso o país, e a sua imagem no exterior. Visitou alguns países e recebeu em Portugal diversos Chefes de Estado, que o admiravam muito, entre os quais Alfonso XIII de Espanha, Guilherme II da Alemanha, Eduardo VII da Inglaterra, o presidente Loubet de França, o rei do Sião Chulalongkorn (Rama V).

Em terceiro lugar, D. Carlos era um Homem culto e avançado para época. Pintor notável e investigador no campo oceanográfico, sobretudo da biologia marítima, era também um ornitólogo, a si se devendo a publicação do “Catálogo Illustrado das Aves de Portugal”. El-Rei foi um cientista!

E a trágica morte do Príncipe Real D. Luís Filipe, um jovem, barbaramente assassinado, privou Portugal de um jovem que tinha todas as condições para vir a ser um grande Rei, já que para isso vinha sendo preparado desde o seu nascimento.

Mas a culpa não é só dos republicanos.

Alguns monárquicos contribuíram, também para que se criasse um ambiente hostil ao Rei, designadamente os dirigentes do Partido Progressista, José Luciano de Castro e do Partido Regenerador António de Serpa Pimentel.

Desde a Regeneração que o sistema político português se desgastava a olhos vistos, sobretudo devido à alternância de dois partidos no Poder: o Progressista e o Regenerador. A situação agravou-se com o aparecimento de novos partidos, que emergiram de dissidências internas, o Partido Regenerador Liberal, de João Franco e a Dissidência Progressista de José Maria de Alpoim, recaindo sobre este último inúmeras suspeitas de envolvimento no regicídio.

Cerca de 32 meses após o Regicídio, a 5 de Outubro de 1910 a república é proclamada em Portugal. E logo surgem os “adesivos”, isto é, os monárquicos que se “tornaram” republicanos e vivem, confortavelmente, no regime.

“Adesivos”, ainda hoje os há, e pude constatá-lo recentemente nas eleições presidenciais!...


(2) Lei Maçónica e Lei Civil. Sugestões para um Estudo, in Ensaios de Maçonaria. Lisboa, Quetzal Editores, 1988, pág. 54.
Oliveira Marques, foi professor universitário, historiador e Grão-Mestre Adjunto do Grande Oriente Lusitano (1984-1986) e Soberano Grande Comendador do Supremo Conselho do Grau 33 (1991-1994).

Publicado por por José Aníbal Marinho Gomes, em Risco Contínuo

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