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A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO

A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO
Autor: Nuno A. G. Bandeira

Tradutor

terça-feira, 12 de maio de 2015

SANTA JOANA APRESENTADA EM OBRA RARÍSSIMA EM EXPOSIÇÃO NO MUSEU DE AVEIRO

 


 


 


Como vem sendo tradição, neste dia o Museu de Aveiro apresenta uma peça respeitante ao culto e memória histórica ou artística de Santa Joana Princesa. Este ano, temos o privilégio de poder exibir esta obra raríssima, de um coleccionador particular, a quem agradecemos desde já a generosidade de ter disponibilizado este livro excepcional. - Venha conhecê-lo!

O modelo de representação da Padroeira de Aveiro que aqui se apresenta teve fortuna, desconhecendo-se em concreto por que via, sendo utilizado para representar a Princesa na obra “Anacephalaeoses”, do P.e Jesuíta, António de Vasconcellos, em 1621, com desenho muito próximo do retrato quatrocentista da colecção do museu. Dezoito anos mais tarde será incluída, com ligeiras alterações, na obra que podemos observar, “Philipus Prudens”, numa gravura a buril, baseada na de Cornélis Galle, e aberta por I. Neefs e E. Quellinus. Para a imagem da Princesa terá sido usada a mesma chapa por ambos os autores, com alterações ao nível do colo que, por razões de decoro, foi tapado por uma camisa que o omite totalmente.

O uso da efígie nas duas obras, associado à representação da linhagem dos monarcas portugueses, insere-se num programa de propaganda, também ela imagética que não apenas linhagística, que justifica e legitima as pretensões ao trono português por parte de Filipe I, o Prudente, filho do Imperador Carlos V e da Infanta D. Isabel de Portugal (filha de D. Manuel), estendendo-as a toda a sua geração e integrando a coroa nacional na casa de Habsburgo - a obra termina em Filipe III, o Opressor, sendo a última gravura o retrato do Cardeal-Infante D. Fernando, seu irmão.

As únicas figuras femininas que Lobkowitz apresenta são a Rainha Santa Isabel e a Princesa Joana de Portugal, fórmula que é uma evidente tentativa de aproximação ao papado pois incluem sangue “santo” na sua linhagem (a “Beata Stirps”). Santa Isabel é beatificada pelo Papa Leão X em 1516, vindo a ser canonizada, por especial pedido da dinastia filipina, que colocou grande empenho na sua santificação, pelo Papa Urbano VIII em 1625.

Também o primeiro processo para beatificação de D. Joana, 1626, data do tempo da monarquia dual, tal era o interesse dos Áustrias em apaziguar relações com Roma e sacralizar a sua estirpe. Ainda em Aveiro, e sendo Prioresa D. Inês de Noronha, que verificou não estar a Princesa Santa sepultada condignamente, foi dirigida uma petição a Filipe II, em 1602, para que o monarca concedesse um subsídio para a execução de um novo túmulo, logo foi aceite concedendo 50 mil reis para a obra. (Santos, 1963, p. 186)

CARAMVEL LOBKOWITZ, Juan, O. Cist. 1606-1682
“Philippus prudens Caroli V. Imp. Filius Lusitaniae Algarbiae, Indiae, Brasiliae legitimus rex demonstratus” / A D. Ioanne Caramvel Lobkowitz Religioso Dunensi Ordo Cister. - Antuerpiae : ex officina Plantiniana : Balthasaris Moreti, 1639
Col. Particular

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