A permuta de quadros entre Portugal e o Luxemburgo levou a ministra da
Cultura do Grão-Ducado a Lisboa para a apresentação de uma tela cedida
pelo Museu Nacional de História e Arte do Luxemburgo ao Museu de Arte
Antiga. Uma apresentação em que estiveram também D. Duarte Pio, Duque de
Bragança, e o ex-ministro Rui Vilar (à esqa). Esta quinta-feira, é a vez
de o museu luxemburguês exibir a obra cedida a título temporário pelo
museu de Arte Antiga em Lisboa⋌Foto: MNHA
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O
quadro “O Casamento Místico de Santa Catarina”, de Bartolomé Murillo,
oferecido a D. Luís de Portugal pela Rainha Isabel II de Espanha, já
está no Luxemburgo e vai poder ser visto a partir de hoje,
quinta-feira, no Museu Nacional de História e Arte, na capital
luxemburguesa.
A tela chegou ao Luxemburgo no âmbito da iniciativa “Obra Convidada”,
lançada pelo Museu Nacional de Arte Antiga em Lisboa, que permite expor
no museu português obras-primas das mais importantes colecções de arte
do mundo.
Em troca, o museu luxemburguês cedeu ao Museu Nacional de Arte Antiga
em Lisboa, a título temporário, a pintura “Baco, Vénus e Cupido”, do
italiano Rosso Fiorentino (1494-1540). Uma parceria que levou na
quinta-feira passada a Lisboa a ministra da Cultura do Luxemburgo, Maggy
Nagel (na foto), para assistir à apresentação da tela cedida pelo museu
luxemburguês.
Esta quinta-feira, é a vez de o Museu Nacional de História e Arte do
Luxemburgo inaugurar a mostra do quadro cedido por Portugal.
Considerado “uma das mais excepcionais obras de juventude” de
Murillo, pintor barroco espanhol do século XVII, o quadro que os
portugueses no Luxemburgo vão poder ver até 10 de Maio tem uma história
curiosa. A Rainha Isabel II de Espanha ofereceu duas telas com a mesma
representação do casamento místico de Santa Catarina assinadas por
Murillo, uma ao Papa Pio IX e outra ao Rei D. Luís de Portugal, durante
uma visita do monarca português ao país vizinho, em 1865.
Em 1950, o restauro da tela pertencente ao Vaticano, bem como estudos
radiográficos, revelaram que o quadro oferecido ao Papa pela rainha
espanhola em 1855 era afinal uma falsificação. O original, segundo os
especialistas, é a obra de Lisboa, oferecida dez anos depois pela Rainha
Isabel II de Espanha ao Rei D. Luís de Portugal.
No Luxemburgo, a exposição do quadro é completada por uma Sagrada
Família, do aprendiz de Murillo Francisco Meneses Osorio (1630-1705),
que faz parte da colecção do museu luxemburguês.
A inauguração da mostra no Luxemburgo, com entrada livre, é esta
quinta-feira, dia 29 de Janeiro, às 18h. A cerimónia vai contar com a
presença da ministra da Cultura do Luxemburgo e com um concerto de
guitarra portuguesa, com João Godinho e Paulo Cartaxo.
Até 10 de Maio, o Museu Nacional de História e Arte do Luxemburgo,
situado no Marché-aux-Poissons, organiza ainda três conferências sobre
arte portuguesa.
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