Bispo destaca exemplo de vida humilde e austero para governantes portugueses
Aveiro, 06 Jan 2015 (Ecclesia) – O bispo de Aveiro anunciou a decisão de promover a reabertura do processo de canonização da Beata Joana, padroeira da diocese e da cidade, e destacou hoje à Agência ECCLESIA o exemplo e testemunho da princesa.
D. António Moiteiro revelou que quando entrou para a Diocese de Aveiro,
em Setembro de 2014, “logo no dia seguinte e nos outros meses” sentiu
por parte das autoridades civis e do povo cristão – “organismos
religiosos da cidade e da diocese - que a santificação da beata Joana
“era um tema pendente”.
O prelado conta que durante o processo até ao anúncio da reabertura,
esta segunda-feira, também consultou o provincial da Ordem dos
Pregadores (dominicanos), uma vez que beata foi religiosa de clausura no
Mosteiro de Jesus das dominicanas em Aveiro.
“Ele consultou um dos conselheiros, em Roma, e não houve obstáculo por
parte da Ordem que a diocese reabrisse o processo”, assinala D. António
Moiteiro.
O anúncio da reabertura do processo de canonização da Beata Joana,
princesa de Portugal, foi feito esta segunda-feira nas celebrações dos
50 anos da sua proclamação como padroeira da cidade e diocese onde,
esteve exposto o breve pontifício com a declaração do Papa Paulo VI, de 5
de Janeiro de 1965.
A declaração pontifícia explica que foi D. Manuel de Almeida Trindade,
bispo de Aveiro, “em nome do clero secular e do clero regular, das
autoridades da cidade e de todos os fiéis” que pediu o “patrocínio sobre
a cidade e sobre a diocese”.
Agora, informa D. António Moiteiro, é preciso elaborar um “processo
histórico em ordem à declaração das virtudes” e também dar a conhecer “a
vida da princesa Joana” e esperar, se “for da vontade de Deus”, pelo
milagre necessário para a sua canonização.
Segundo o prelado, na reabertura deste processo “interessa” aprofundar a
vida da princesa, “imitá-la no que é significativo para o tempo actual” e
pensar que Deus é “o tudo da vida das comunidades, diocese e de cada
um”.
A Beata Joana, princesa e herdeira do trono de Portugal, filha mais
velha do rei D. Afonso V, nasceu em Lisboa a 6 de Fevereiro de 1452; a
irmã de D. João II viveu
em Aveiro, de 4 de Agosto de 1472 até 12 de maio de 1490, de forma
“simples, humilde, austera, amiga dos mais pobres” são exemplo para quem
“têm responsabilidade civil na construção do bem comum”.
“É um modelo de governante, foi herdeira do trono depois deixou tudo
mas continua a ser modelo para aqueles que se dedicam ao bem da
sociedade”, assinala o bispo diocesano.
A reabertura do processo de canonização da religiosa dominicana
acontece também num ano em que a Igreja dedica particular atenção à Vida
Consagrada, até 2 de Fevereiro de 2016, uma iniciativa convocada pelo
Papa Francisco.
“Queremos dar graças a Deus pela presença tão significativa e
apresentar ‘santa Joana’ como modelo para hoje procurarmos a Deus na
vida de cada dia”, refere.
D. António Moiteiro conclui assinalando que o “grande objectivo da
preocupação da diocese” é centrar a vida cristã no que é “fundamental”:
“Procurarmos a Deus, vivermos a comunhão com Deus e com os irmãos”.
CB/OC
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