Com apenas treze anos, D. Sancho II assume a pesada tarefa de governar
um reino interdito e em perfeita desordem social. Daí os primeiros actos
governativos terem sido dedicados ao apaziguamento de conflitos sociais
anteriores, fazendo acordos com suas tias, Teresa e Sancha, e com o
arcebispo de Braga, Estevão Soares da Silva.
Mas, no decorrer do reinado, os agravos e confrontos que opõem
ricos-homens, membros da igreja e rei tornam-se quase permanentes. A
Santa Sé vai repreendendo o rei, exigindo que respeite os direitos e
privilégios da Igreja e este, por sua vez, vai parecendo submeter-se.
Mas, as queixas contra o monarca continuam, mudando apenas os actores.
Considerado por alguns, digno continuador de seu bisavô Afonso
Henriques, incentivando à Cruzada contra os infiéis em terras de Além
Tejo e Algarve, o mesmo não se dirá do seu governo, com a situação a
agravar-se na década de quarenta: um casamento com Mécia Lopes de Haro
contestado por todos, um reino em perfeita anarquia e as intrigas de seu
irmão Afonso junto do papa serão motivos determinantes para que, no
Concílio de Lyon, seja decidida a deposição de D. Sancho II, no governo e
administração do reino, nomeando para o efeito o irmão, Afonso de
Bolonha, como governador e regedor do reino.
Este mandado papal provoca reacções adversas e desencadeia uma guerra
civil, fustigada por inúmeras traições de nobres e alcaides. Em socorro
de D. Sancho II virá o infante Afonso, de Castela, futuro Afonso X, que
consegue travar o adversário, mas el-rei reconhece que a sua derrota
está próxima e decide exilar-se para o reino vizinho.
Rei deposto, sem governo, amigo e esposo atraiçoado, será em Janeiro de
1248, na presença de muito poucos, que D. Sancho II fará o seu último
testamento, falecendo quase um mês depois, na cidade de Toledo.
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