Dia 13 de Junho no Açoriano Oriental saiu o artigo de opinião (pagina 16)
O dilema do costume
Cavaco Silva está a dois anos de terminar o seu segundo mandato
como presidente da República. E segundo a “regra” republicana, não poderá
candidatar-se a para um terceiro mandato. Ficando assim tudo em aberto.
Resultado, a dois anos das próximas presidenciais, já se anda a
questionar quem será os próximos candidatos. A imprensa, na demanda de
respostas, quando entrevista potenciais candidatos, tenta obter
confirmações. Nas redes sociais e nas mesas dos cafés especula-se. Uns,
mais reservados, têm dúvidas de quem será, outros tem as suas suspeitas,
e chega mesmo a existir os mais atrevidos que afirmam saber quem será o
próximo presidente. É a incerteza e suspeita a dominar o espírito do
Povo Português.
Ora estamos a falar da figura que no futuro irá
ocupar o cargo de Chefe de Estado. E que dois anos antes de tomar posse
já está a ser causa de duvidas! Claramente não é nada positivo para
garantir estabilidade nacional!
E porque razões que o Povo já anda a
questionar-se quem será o próximo Chefe de Estado de Portugal? Pretende
com toda a legitimidade conhecê-lo atempadamente e assim saber, dentro
do que é possível, que poderá esperar.
Ora a verdade é que teremos
de esperar até ao próximo ano, para depois das legislativas. Pois só ai
as várias forças partidárias irão despender atenção e esforços para as
presidências, em vez de se dedicarem as funções para que foram eleitos.
Supostamente será como já foi no nas presidências do passado. Cada uma
das forças partidárias decide qual a personalidade a apoiar. Será,
obviamente, segundo as suas conveniências. E estes por sua vez
apresentam-se aos Portugueses como candidatos. Com as diversas forças
partidárias a manifestar descaradamente o seu apoio aos seus candidatos
para assim garantir apoio dos seus militantes. Inicia-se uma campanha de
um mês. As paredes ficam cheias de cartazes a exibir as imagens dos
candidatos com slogans sonantes e patrióticos. Mas que não passam disso
mesmo… slogans. São distribuídos panfletos e autocolantes, e nas
campanhas dos candidatos das forças partidárias mais poderosas por vezes
ainda vem uns brindes, esferográficas; bonés; isqueiros e outros. Em
locais onde se dá grande concentração de Povo os candidatos fazem
questão de aparecer e cumprimentar o maior número de pessoas possíveis.
Em palcos bem montados e para exibir os candidatos proferem discursos
épicos! E em debates na t.v. esforçam-se por derrubar os adversários a
todo custo.
Em um mês cada um deles irá esforçar-se para iludir o
maior número possível de cidadãos, fazendo crer que é o mais apto de
todos para ocupar a Chefia de Estado. E quem melhor fizer será
supostamente eleito. Como resultado não será digno da confiança de
ninguém em geral excepto é claro da facção partidária que o
“apadrinhou”.
O mal deste regime é não possibilitar o Povo conhecer
atempadamente os seu futuro Chefe de Estado no pretexto que um mês
bastará para o efeito. Mas pior é o facto de só possibilitar ser Chefe
de Estado quem não é partidariamente isente para ser o Moderador Supremo
das Intuições Publicas do Estado!
Júlio César de Sá
Júlio César de Sá
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