Há 40 anos o Movimento das Forças Armadas depunha a II República – O Estado Novo - com o objectivo de devolver aos Portugueses a Liberdade e a Democracia.
Farei no fim as minhas considerações sobre o regime instituído depois da Revolução dos Cravos.
Portugal, ao longo da sua História, teve vários dias da Liberdade.
5 de Outubro de 1143 – Data da Fundação do Reino, com o Tratado de Zamora!
1.º de Dezembro de 1640 – Data da Restauração da Independência Nacional!
24 de Agosto de 1820 – Data da Revolução Liberal Portuguesa!
24 de Julho de 1833 – Data da Libertação de Lisboa pelas Tropas Liberais!
As duas primeiras datas focam-nos na
Libertação dos Portugueses e da afirmação da nossa vontade colectiva em
sermos uma Nação Livre e Independente!
As duas últimas datas focam-nos na Liberdade Política, numa época em que se achou que o certo Poder Divino dos Reis
deveria ser substituído pelo Império da Lei, Consagrado numa
Constituição que determinasse além da forma de governo, os Direitos,
Liberdades e Garantias dos Cidadãos.
Portugal entre 1820 e 1910 – com excepção
do período entre 1828 e 1834 – foi uma Monarquia Constitucional, com 3
Constituições distintas: A Constituição Vintista de 1822/23; a Carta
Constitucional de 1826 a 1828/1834 a 1838 e 1842 a 1910, e a
Constituição Setembrista de 1838 a 1842.
Depois o Estado de Direito instituído foi
substiuído pela primeira experiência republicana, uma espécie de
primeira experiência em “corruptócracia”, que durou 16 anos com 45
Governos, uma profunda instabilidade nas Instituições republicanas.
Posteriormente e traíndo a boa tradição Liberal Portuguesa anterior ao 5
de Outubro de 1910, instituiu-se uma Ditadura Militar entre 1926 e 1933
e a partir desta ano, com a aprovação da Constituição nesse ano, uma
Ditadura Civil que durou até à data do 25 de Abril de 1974. Uma Ditadura
liderada por um homem idolatrado, mas que na minha opinião, teve um
posicionamento em relação à Família Real Portuguesa absolutamente
inaceitável, nomeadamente com a nacionalização dos Bens da Casa de
Bragança, que deviam ter sido herdados por Sua Alteza Real, O Senhor Dom
Duarte Nuno de Bragança e que pura e simplesmente acabaram por
constituir a Fundação da Casa de Bragança, ainda hoje existente.
Não é aceitável nenhum tipo de regime
autoritário, mesmo se em termos económicos algumas camadas da sociedade
vivessem bem. Não é aceitável a não existência de Liberdade e
Democracia, seja em que regime fôr: Monárquico ou Republicano. Viver na
sombra do passado que já não voltará só pode prejudicar o futuro que
está para vir.
Quanto aos 40 anos da actual Democracia.
Confesso que tenho alguma dificuldade em celebrar! Como Monárquico, fiel
à Memória dos Reis Liberais que tivemos, destacando Dom Pedro V e Dom
Manuel II, mas também recordando o reinado em alguns momentos trágico
como de Dom Carlos I, comparo essa Monarquia Liberal com a actual III
República:
- no tempo da Monarquia Liberal
Portuguesa podia-se insultar o Rei até por escrito e quem o fazia não
era, sequer, preso ou processado pelo visado!
- no tempo da Monarquia Liberal
Portuguesa, podiam existir organizações republicanas ou tendencialmente
republicanas e ninguém as perseguia ou aos seus membros;
- no tempo da Monarquia Liberal
Portuguesa, o Partido Republicano Português concorria às eleições,
disputando os seus mandatos e a verdade é que nunca foi maioritário na
Câmara dos Deputados.
E na actual III República?
- Um Cidadão desabafa contra o Presidente da República e é processado por este;
- A Constituição impede o Referendo
Monarquia / República – através do artigo 288-b e por favor, quanto a
esta matéria, este limite material nem dá para contornar! Existe apenas e
só para travar qualquer possibilidade restauracionista, isto é claro e
vários autores assim o afirmam!
- Temos um fraco combate à corrupção;
- Temos uma péssima educação – não basta democratizá-la, mas é preciso que ela premeie o mérito e o esforço;
- Vivemos sob um regime que precisa de instituir os Círculos Uninominais, para sabermos em quem é que realmente votamos;
- Enfim, não existe nesta suposta
Democracia o alto sentido de responsabilidade e de responsabilização.
Não existe uma cultura cívica. A sociedade tem que perceber que não pode
só reclamar por Direitos, quando os Deveres estão por cumprir ou podem
estar por cumprir, etc.
Muito mais haveria a dizer.
Não aceito, em nenhuma parte do mundo e
por isso, ainda muito menos em Portugal, a existência de um regime
autoritário, seja ele qual for! Sou a favor dos valores norteados pelo
25 de Abril de 1974, no que toca à Democracia e à Liberdade! Mas não sob
o actual regime republicano que precisa de uma profunda reforma
constitucional, pois, quanto a mim, está a levar-nos para um abismo!
O passado não volta, mas podemos hoje,
agora, neste preciso momento, procurar construir um amanhã melhor para
todos, para evitar novos Resgates Internacionais (Troikas), e termos
quem nos Governe com respeito pelos sacrifícios que fazemos diariamente,
com uma boa gestão dos recursos financeiros de cada um de nós, e com
objectivos bem claros de melhoria do nível de vida de todos.
Sabemos que a Monarquia é difícil ser
restaurada em Portugal e precisamos ter os pés bem assentes no chão.
Quem se revê na Instituição Real, tem que apoiar mais a Causa Real
associando-se a uma Real Associação e não reclamar, sem fazer nada!
Precisamos de apoiar a nossa Família
Real, informar os Portugueses de que a Monarquia que apoiamos só poderá
ser com Democracia, olhar para o Mundo que nos rodeia e convencernos de
que Portugal não vive num mundo à parte, mas sim num mundo global e que
tem compromissos assumidos! Temos que defender a Instituição Real com a
noção exacta do tempo em que vivemos, e com persistência, homenageando
os que lutaram pela nossa Liberdade, saberemos chamar o Eleito da
História, ao Trono de El-Rei Dom Afonso Henriques, nosso Fundador!
Não podemos mais tolerar que a III República continue a dar uma no cravo e outra na ferradura!
Viva a Liberdade!
Publicado por David Garcia em Plataforma de Cidadania Monárquica
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