Uma oferta para o jornal Público e para certos "jornalistas"
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É alguém capaz de indicar um benefício, por leve que seja, que nos tenha advindo da proclamação da República? Não melhorámos em administração financeira, não melhorámos em administração geral, não temos mais paz, e não temos sequer mais liberdade. Na Monarquia era possível insultar por escrito impresso o próprio Rei. Na República não é possível, porque até era perigoso insultar verbalmente o Sr. Afonso Costa.
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A situação de Portugal, uma vez proclamada a República, é a de uma
multidão amorfa de pobres-diabos, governada por uma minoria violenta de
malandros e de comilões. O constitucionalismo republicano, para o
descrever com brandura, foi uma orgia lenta de bandidos estúpidos.
É alguém capaz de indicar um benefício, por leve que seja, que nos tenha advindo da proclamação da República? Não melhorámos em administração financeira, não melhorámos em administração geral, não temos mais paz, e não temos sequer mais liberdade. Na Monarquia era possível insultar por escrito impresso o próprio Rei. Na República não é possível, porque até era perigoso insultar verbalmente o Sr. Afonso Costa.
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Bibliografia: Fernando Pessoa – Textos dispersos e publicados, escritos entre 1910 e 1935.
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Não há Portugal: há uma mistura ignóbil de «estrangeiros do interior»
(...) a governar-nos e a estropiar-nos o resto do que somos. (...) Paiva
Couceiro é um espírito ferrenhamente tradicionalista.
Podemos não concordar (...) com esse conceito tradicionalista. Mas ele é
sem dúvida um conceito de nacionalidade. É preferível a conceito
nenhum. Dentro do tradicionalismo pode haver patriotismo; fora dele, e
não havendo a criação de novos ideais absolutamente nacionais, não vejo
que patriotismo possa haver."
Fernando Pessoa
Fernando Pessoa
Octávio Bragança
Hoje (09/04) no jornal Publico
uma chamada à primeira página conta a descoberta de cinco inéditos, de
Fernando Pessoa , que ele mesmo nunca quis dar a conhecer em vida,
dizendo que o jovem poeta era uma activista republicano. Uma chamada á
primeira página deste assunto demonstra bem o medo que a Republica tem, e
muitos republicanos pouco esclarecidos têm daquelas grandes figuras da
nossa História que permaneceram fieis
aos princípios monárquicos. Todos os estudiosos de Pessoa reconhecem
neste Poeta as suas forte convicções monárquicas e como se permaneceu fiel
á Causa até ao fim.
Uma campanha destas visa sobretudo chamar para
o pensamento republicano o e que não lhe pertence, indo desenterrar a
um baú uns poemas que nem o autor os quis dar a conhecer.
Ora assim
sendo, deveria o mesmo jornal dar conta por exemplo que o Durão Barroso
pertenceu á extrema esquerda como Pacheco Pereira entre outras figuras
que até praticaram violência e perturbações na ordem publica e que hoje
são pessoas que fizeram o seu percurso e que são reconhecidas, mal ou
bem, pela opinião publica com isso nada nem ninguém se importa pois o
que vale mesmo a pena é o que o individuo faz e percorre ao longo da sua
vida e não o que numa determinado ponto do seu passado fez e que por
isso o querem ancorar.
Esta forma de lidar com a informação e a
inversão da mesma, é de facto mau serviço, uma coisa é dizer que se
encontraram poemas anti-monárquicos da juventude de Pessoa outra é dizer
que " cinco inéditos revelam jovem antimonárquico" nunca dizendo no
decorrer da noticia que durante toda a sua vida de adulto foi monárquico
contra a primeira república e que a "Mensagem" foi escrita para um concurso publico criado por António Ferro Ministro da propaganda do
regime de Salazar.
Será isto inocente ? mesmo ao lado desta
noticia uma outra diz " Conde de Oeiras força vinho de Carcavelos a
mudar de nome " mais uma vez numa tentativa de de pelo titulo enganar o
desenvolver da noticia em que o Conde de Oeiras não quer o seu nome de família colado a uma marca de vinhos dando-lhe a lei republicana
portuguesa razão , pois todos nós temos o direito ao nosso bom nome e de
manter as nossas tradições familiares sejam elas de esquerda ou de
direita, o que não pode é um jornal sério publicar títulos ao mesmo nível de pasquins que vendem títulos em vez de conteúdos. Passados mais
de cem anos ainda uma onda republicana vibra ao denegrir, como insulto
fosse, a imagem de personagens da nossa cultura , nunca vi em nenhum
jornal, por exemplo, que Aristides de Sousa Mendes, anti-Salazarista e
que ajudou milhares de judeus a fugir da morte certa era monárquico
convicto ou o filosofo Agostinho da Silva que defendia o Quinto Império .
Pena que se queira num momento em que esta republica agoniza dar ênfase
ao que nada tem de valor , sem se concentrarem no que devíamos estar a
discutir e empenhados em fazer , saber qual o regime que o povo quer e
que melhor serve Portugal ! Será que os países do norte da Europa e
central são todos idiotas por serem monarquias ? ou somos nós os
inteligentes que em mais de cem anos da republica tivemos uma ditadura
de cinquenta anos, uma primeira republica anarquista com mortos e
governos de hiras , que acabou em ditadura e uma terceira republica que
teve duas intervenções externas esmagando o povo de quem tanto falam e
tão pouco fazem mas que dele fazem bandeira. Na História não há "se" mas
o que sabemos e temos são os factos e eles não são os melhores para a
republica portuguesa. Por isso quando quiserem desenterrar
personalidades do passado para demonstrar o seu espírito republicano
escolham as pessoas certas e não escondam a verdade com títulos que
levam a pensamentos que estão longe de ser autênticos.
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