1912
Perante este retrato do Senhor
Dom Duarte (em vida de Seu Pai)
Na fronte tão gracil de gentileza,
Que não devia ter um só cuidado;
Na auréola do ouro acendrado
Das madeixas que cercam Vossa Alteza,
Eu pressinto, talvez, uma tristeza,
Uma névoa ou sombra dum enfado:
São as mágoas que herdou do Seu Passado,
Por muitas Gerações de Realeza!
O destino, o exílio, a ansiedade
Da Pátria, sempre ingrata por seu mal,
Lhe deram esse ar de austeridade,
De Quem, por linha herdada e ancestral,
Já deu a Sua alegre mocidade
Ao Nosso atormentado Portugal!
Nota: Soneto e retrato publicados no número II de 25 de
Setembro de 1919 do semanário de Lamego A Tradição, logo empastelado e queimada
a tiragem pela demagogia triunfante.
In
“Um Soneto – Respeitosa Homenagem a Um Só Neto” pelo Conde de Alvellos,
Francisco Perfeito de Magalhães e Menezes, Segunda Tiragem, Porto, 1944
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