♔ | VIVA A FAMÍLIA REAL PORTUGUESA! | ♔

♔ | VIVA A FAMÍLIA REAL PORTUGUESA! | ♔

A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO

A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO
Autor: Nuno A. G. Bandeira

Tradutor

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

D. FERNANDO II TINHA «UM ESPÍRITO CONCILIADOR E ERA UM SEDUTOR»

Dom Fernando II, marido da Rainha D. Maria II, tinha “um espírito conciliador e era um sedutor”, afirma a historiadora Maria Antónia Lopes, autora de uma biografia do monarca que mandou construir o Palácio da Pena, em Sintra.
O Rei “é muito conhecido pelo seu mecenato artístico-cultural, nomeadamente a construção do palácio da Pena, mas era um estratega, e muito crítico dos políticos portugueses”, disse a historiadora.
Neste sentido, salientou, esta biografia “traz uma perspectiva nova sobre o Rei, porque consultei a correspondência privada em alemão e essa não tem sido trabalhada pela história política”.
Maria Antónia Lopes realçou à Lusa que "há razões para hoje termos uma boa ideia do monarca, mas era um egocêntrico, orgulhoso, um epicurista, apreciava os prazeres da vida, pela qual era um apaixonado".
A historiadora consultou os arquivos de Coburgo e Gotha, na Alemanha, respeitantes às respectivas famílias reais, com as quais era aparentado o segundo marido da Rainha D. Maria II, D. Fernando de Saxe-Coburgo-Gotha, que chegou a exercer a regência durante dois anos (1853-55), na menoridade de D. Pedro V, com o qual tinha, aliás, “uma relação difícil”.
“D. Pedro V tinha uma péssima imagem do pai e considerava-se infinitamente superior”, disse a historiadora.
“Foi um monarca constitucional, terá evitado uma união com Espanha, em dado momento, mas não se absteve de comentar em privado, nas cartas enviadas para os vários familiares, a política de Lisboa, com a qual se irritava pelas suas intrigas partidárias”, disse.
D. Fernando e a Rainha “tiveram uma relação muitíssimo boa e muito cúmplice”, e “ele foi sempre um pai atento e terno, mas que se desligava dos filhos, chegando eles à idade adulta”.
Maria Antónia Lopes afirmou-se “impressionada com a frieza como o Rei reagiu à morte dos seus filhos", os infantes D. João e D. Fernando, e o Rei D. Pedro V, todos em 1861. “Ele ultrapassou [a situação] com grande facilidade".
A morte da mulher, em 1853, “levou mais tempo, mostrou alguma prostração, mas regressou à vida de festa", afirma a historiadora. "Depois de viúvo, prosseguiu a sua vida agradável, participando em bailes, concertos e saraus. Frequentava muito o teatro, acompanhado pelo filho, D. Luís [que se tornaria Rei após a morte do irmão], e comentou-se os seus casos com actrizes e costureiras de teatro”.
A autora sublinhou a faceta de coleccionador de arte do Rei e a de cientista, nomeadamente na área da flora e da climatização. “O Parque da Pena [em Sintra] é uma invenção sua, [onde] fez experiências e colocou plantas e árvores, quando dantes aquilo era um monte seco”.
D. Fernando protagonizou algumas polémicas, nomeadamente em 1869 quando se casou com a cantora lírica Elisa Hensler, que o seu primo Ernesto II de Saxa-Coburgo Gotha nobilitou com o título de Condessa d’Edla, e uma outra quando foi conhecido o seu testamento.
"O testamento ainda hoje é alvo de debate pelos especialistas. O Rei exigiu coisas extraordinárias como a condesssa viver no Paço real das Necessidades, com os infantes".
A historiadora reconheceu "um certa empatia com o biografado, que foi um 'rei-artista' e um sedutor".
Além desta biografia, o Círculo de Leitores edita também este trimestre a de D. Pedro III, filho de D. João V, outro Rei consorte da monarquia portuguesa, ao ter casado com D. Maria I.

Sem comentários:

Enviar um comentário