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A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO

A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO
Autor: Nuno A. G. Bandeira

Tradutor

quinta-feira, 16 de maio de 2013

A PRIVATIZAÇÃO DOS CTT

Se há serviço público pelo qual nutro admiração, não considerando as forças militares, esse serviço é o que presta o CTT. Não tenho dúvidas de que poderia ser melhorado a nível de preços, que já são muito bons, mas pouco há a fazer. Como utilizador assíduo dos seus produtos, especialmente a nível de remessas internacionais, posso dizer sem exagero que o CTT é 100% confiável e seus funcionários são um exemplo para todo o sector público e privado.
 
Comparem os serviços do CTT com o das companhias concorrentes a nível de preços para se ter uma ideia da importância e eficiência económica dos mesmos, e façam também uma comparação do funcionamento dos mesmos com o de companhias semelhantes de outros países. A minha experiência pessoal, que é extensa, me leva a afirmar sem nenhuma sombra de dúvida que o CTT é melhor que os correios de muitas nações que julgamos exemplares, a começar pelos EUA. Já tive várias experiências más com o USPS e nunca tive razões de queixa do CTT.
 
Hoje, ao me deslocar à estação onde costumo fazer os meus envios, descobri que a mesma foi fechada durante o fim-de-semana e os seus funcionários transferidos para outras unidades, em nome da "racionalização dos serviços". Na agência à qual me desloquei depois dessa má surpresa, o caos estava instalado e a irritação era visível no rosto dos clientes e dos funcionários, o que era um facto inédito para mim.
 
São os efeitos no terreno de uma política que não tem nada de nova e cujo objectivo é fortalecer os monopólios privados, ou os serviços de correios de outras nações que sabem bem a importância que os preços praticados pelos correios têm para o sector exportador. É por saber disso que a Alemanha tem se beneficiado como nenhuma outra nação do mercado comum europeu, especialmente agora, na era da internet. Há tempos descobri que mais um negócio de sucesso, localizado no Porto, havia encerrado as portas devido a essa concorrência. Apesar de praticar margens pequenas, o negócio em questão não conseguia colocar os produtos no mercado português a preços mais baixos do que os concorrentes alemães que vendem pela net. Estes conseguem fazer preços, incluindo o envio, significativamente mais baixos que os concorrentes portugueses. Apesar do volume de vendas, que era grande, o negócio se tornou inviável pois os gastos com aluguer, impostos, multas, funcionários não eram cobertos pelo lucro.
 
No caso do CTT, o que se observa é a sabotagem dos seus serviços com o intuito de gerar a antipatia do público em relação a ele, justificando assim a privatização como solução. Se o CTT for comprado por uma das grandes companhias privadas, como a UPS, os preços serão nivelados a partir dos preços praticados por essas companhias, o que é muito mal, e se for comprado por uma companhia para-estatal estrangeira, como a Deutsche Post, as coisas serão ainda piores. Nesse caso, podemos esperar que os preços serão aumentados e o lucro usado para subsidiar as remessas alemãs, facilitando ainda mais as exportações alemãs em detrimento das já ridículas exportações portuguesas.
 
Como se isso não bastasse, os nossos portos foram sucateados, a nossa frota mercante desapareceu, os combustíveis aqui são mais caros do que em Espanha e ainda temos que perder tempo e dinheiro com os palhaços a que designamos por fiscais. Quanto a esse último elemento, há poucos dias conversei com um empresário que vai fechar as portas e se transferir para Moçambique, levando consigo máquinas industriais no valor de alguns milhões de euros e deixando algumas dezenas de empregados pendurados na SS (segurança social). Contou-me ele que durante dois meses teve que suportar o assédio de um fiscal tão sequioso de sangue que não havia dia em que não tivesse que gastar horas a providenciar a documentação que ele ia exigindo.
 
O método era simples e darei um exemplo: o fiscal chegava e apontava para um item qualquer do estoque e exigia as facturas e comprovativos de origem (se tratava de madeira). Num estoque gigantesco, onde não faltam itens comprados há muito tempo, é fácil imaginar o que isso significa.
 
Enfim, ao invés de privatizar os CTT, seria bom privatizar toda a classe política e quase todos os burocratas. O problema é que nesse caso não haveria comprador. Teríamos que pagar para alguém levar esses vermes.
  

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