A
história provou que estavam certos, a Casa Real apesar de não reinar
está bem fundeada na vida dos portugueses do País que representam como
se de um um outro país numa outra realidade se tratasse. Dom Duarte é
uma verdadeira embaixada itinerante de Portugal no Mundo e um símbolo da
tenacidade de um País que insiste em não desistir.
Poderíamos falar na teimosia de Dom Afonso Henriques, da sabedoria de Dom Duarte
ou mesmo na grandeza de espírito de um Dom Diniz ou de um Dom João II,
todos os adjectivos e cognomes que atribuímos aos Monarcas representam o
espírito da época em que reinaram e o trabalho que deixaram a par da
deferência que todo um povo lhes atribuía, mas dificilmente podemos
atribuir uma frase que descreva a teimosia e perseverança que se apossou
dos descendentes de Dom Afonso I após a partida para o exílio.
Dom
Miguel partiria em 1834, para não mais voltar (assim pensavam os seus
conterrâneos e assim deixaram escrito em Lei). Dom Manuel II partiria
para destino semelhante 76 anos depois e mais uma vez julgava-se que era
de vez (e repetia-se o processo Legal). Tal como o chão de Lisboa onde
Pombal martirizara os Távoras se julgava estéril ad eternum também com a
descendência de Dom Miguel a eternidade provar-se-ia de expressão
menor.
Duas gerações depois os Bragança voltavam a
Portugal na Pessoa de Dom Duarte Nuno (neto de Dom Miguel I) a
contra-gosto do regime que via em Dom Duarte Nuno um espírito
independente que influenciava muita gente e que representava um perigo
real para o regime, um regime que pretendia fazer com os portugueses o
mesmo que o 5 de Outubro de 1910 fez com o Rei: exilá-los.
Para
o Estado Novo era complicado querer petrificar a glória e o labor dos
Monarcas portugueses e ter ao mesmo tempo um legitimo descendente (que
ainda por cima era assim reconhecido pela população) com ideias próprias
a andar livremente e de viva voz pelo País sem a ajuda de um qualquer
historiador ou arqueólogo do regime.
Pouco tempo depois o
povo, seguiria o exemplo: livrar-se-ia do exílio e retornaria à
democracia com o 25 de Abril. Afinal a Republica nada tinha aprendido
com o Marquês de Pombal.
Os descendentes dos Reis de
Portugal poderiam ter optado pela via que a maioria das famílias Reais
exiladas opta: viver comodamente no lugar que a História lhes
reservava.Mas a estirpe da Coroa nacional é diferente e tal como o seu
povo tem tendência a recusar aquilo que é o “curso natural dos povos” e
insistir naquilo que lhe é mais verdadeiro em consciência.
É
muito provável que continuemos a ver Dom Duarte, um português, a
percorrer o seu País e o Mundo a apregoar os aspectos positivos de
Portugal, com a simpatia das populações e a contragosto dos republicanos
de uma nova República que insiste em negar o óbvio. São precisas mais
do que duas Constituições, três revoluções e 100 anos de mentiras para
erradicar o português de Portugal.
Como diz o Povo: Portugal é “alma até Almeida” e o seu Monarca não poderia ser diferente.
PPA in A Incúria da Loja
publicado por João Távora em Real Associação de Lisboa
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