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A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO

A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO
Autor: Nuno A. G. Bandeira

Tradutor

domingo, 20 de janeiro de 2013

A RECEPÇÃO POPULAR AO INFANTE D. MIGUEL

"No dia 13 de Janeiro o infante D. Miguel deixou Londres, e depois de passar alguns dias em Strathfield, na casa de campo do duque de Wellington, seguiu para Plymouth, a fim de embarcar para Lisboa. Em virtude do mau tempo, só em 9 de Fevereiro conseguiu embarcar a bordo da fragata portuguesa Pérola, que veio acompanhada por alguns navios ingleses.

Com bastante antecedência, por decreto de 13 de Outubro de 1827, tinha sido ordenado que o dia da chegada de D. Miguel, bem como os dois seguintes, fossem de grande gala. Em 22 de Janeiro de 1828, visto essa ocasião estar próxima, a Gazeta de Lisboa publicava um aviso do Ministério da Justiça em que permitia quaisquer demonstrações de júbilo que não fossem proibidas por lei.

D. Miguel chegou ao Tejo, a 22 de Fevereiro e houve grandes demonstrações de regozijo. Pelas 2 horas da tarde começaram a ouvir-se as salvas das fortalezas e dos navios de guerra, e por entre esse ruído festivo navegava a Pérola serenamente pelo Tejo acima. O rio estava coalhado de barcos e os navios embandeirados em arco. Esperava-se que o infante desembarcasse em Lisboa, no Terreiro do Paço, onde havia uma barraca para o receber, mas D. Miguel quis desembarcar em Belém. As infantas foram a bordo buscar o irmão, que desembarcou pelas quatro horas da tarde.

O entusiasmo do povo chegou então ao delírio. De todos os lados vinha concorrendo gente que o aclamava, dando vivas e fazendo estalar milhares de girândolas de foguetes. Os sinos das torres repicavam sem cessar, e pelas ruas iam músicas que tocavam hinos alegres.

A marcha até ao palácio da Ajuda foi verdadeiramente triunfal. Todas as janelas estavam adornadas com colchas de seda, e as senhoras arremessavam flores. Em volta dos coches, que subiam vagarosamente, por causa da inclinação da calçada., uma multidão enorme saudava com os gritos de "Viva o Senhor D. Miguel I nosso rei!" e "morras a D. Pedro e à Constituição". Chegando o infante ao paço, concorreram a dar-lhe as boas vindas o senado da câmara, os pares os deputados, grandes do reino, autoridades civis e militares, bem como o general Clinton, comandante das tropas inglesas, que se apresentou com todo o seu estado-maior. À noite houve iluminação geral, continuando as demonstrações de regozijo. Os festejos continuaram durante alguns dias, havendo Te-Deum, recepção, iluminárias e foguetes. Em 26 de Fevereiro, pela uma hora da tarde, foi entregue o governo do país a D. Miguel, na sua qualidade de regente. Esta cerimónia realizou-se na sala das sessões do palácio da Ajuda, e a ela assistiram as duas câmaras, toda a corte, bem como o corpo diplomático. Em lugar reservado estavam D. Miguel e sua irmã D. Isabel Maria, a qual depois de proferir um discurso se retirou para junto da infanta, D. Maria da Assunção; e o infante, já de posse do governo, prestou juramento. No mesmo dia nomeou D. Miguel os seus ministros: Duque de Cadaval, José António de Oliveira Leite de Barros, depois conde de Basto, Furtado do Rio de Mendonça, conde de Vila Real e conde da Lousã. Em 1 de Março o povo voltou junto do palácio a aclamar D. Miguel rei, maltratando os homens conhecidos pelos seus sentimentos liberais."

In 'Dicionário Histórico'.

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