Henrique Sousa de Azevedo |
Caros correlegionários monárquicos,
A cinco de Outubro de 1910 Portugal desapareceu para dar lugar à
República Portuguesa. Pouco mais de dois anos volvidos após o regicídio,
os portugueses viram-se de novo privados de um chefe de Estado
democrático. Sedentos de poder e desejosos de legitimar o novo regime
perante um povo que não o tinha escolhido, os republicanos cedo trataram
de inventar novos símbolos nacionais. A tarefa passou por uma longa e
morosa campanha publicitária — que persiste até aos dias de hoje — para
denegrir a monarquia, retratando o soberano como um autocrata despótico,
que governa pela força e pelo medo. Em oposição, a república é
apresentada como tendo o monopólio da democracia, perene e
inquestionável. Apesar de sucessivas tentativas de branqueamento dos
abusos de poder que caracterizaram a I República, a verdade é outra.
Foi com a maior honra e sentido de dever que aceitei o convite para
encabeçar o Gabinete Doutrinário da JMP, seguro de que posso dar um
contributo para a promoção do ideal monárquico da forma que o
concebemos: legitimado pelo povo, democrático e, acima de tudo, justo.
Sei que a tarefa a que me proponho não é fácil, mas com afinco e
tenacidade conseguiremos derrubar os preconceitos e a ignorância que
ainda predominam na opinião pública. Nas palavras de Churchill: “We must KBO—keep buggering on.”
Passo a passo, os portugueses perceberão que o Rei que queremos
respeita a divisão de poderes, aconselha os governantes baseando-se na
sua experiência e na sua dedicação total à Pátria e defende os
interesses nacionais aquém e além-fronteiras. Não tenho dúvidas que, com
o nosso apoio e lealdade, SAR o Senhor Dom Duarte, Duque de Bragança,
herdeiro e representante dos Reis de Portugal, será um chefe de Estado
tão exemplar quanto tem sido como chefe de família. Afinal de contas, o
que é a Nação senão a grande família dos portugueses?
Para que a nossa empresa seja levada a bom porto, teremos que ser pro-activos: debatam as questões, enviem-me textos de cariz doutrinário
(que terei todo o gosto em divulgar), façam sugestões e críticas
construtivas. Pela nossa parte, poderão contar com a Juventude
Monárquica para organizar eventos de natureza diversa (palestras,
tertúlias, debates) destinados a todos os que estiverem interessados em
envolver-se na grande e nobre causa que é a restauração de Portugal pela
monarquia.
Saudações monárquicas,
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