Três são as principais matrizes da identidade europeia: a filosofia
grega, o direito romano e a espiritualidade cristã. Mas, se as duas
primeiras são relevantes em termos culturais e políticos,
respectivamente, a terceira é, por assim dizer, a alma da Europa.
É um lugar-comum afirmar a crise institucional do país e do continente
europeu. Portugal, e também a Europa, parecem-se a uma família desavinda
onde, à míngua de pão, todos ralham e ninguém tem razão.
Os portugueses, em geral, não querem o desprestígio das suas
instituições, nem dos seus governantes, por eles democraticamente
eleitos, muito embora certas forças sectárias, com a cobertura de alguns
órgãos de contra-informação, trabalhem em sentido contrário. Mas são
apenas a excepção que confirma a regra e a que não se deve dar, por
isso, demasiada atenção.
A refundação nacional, seja ela o que for, não pode ser feita contra a
Europa, que é, quer se queira ou não, a pátria da nossa pátria. E é
também de onde, nesta hora difícil, nos vem a ajuda necessária para um
ressurgimento nacional.
O povo é sereno e brandos são os seus costumes, graças a Deus. Mas não
basta. É urgente que renasça, das cinzas dos egoísmos individuais e
nacionais, uma nova cultura humanista e uma política verdadeiramente
solidária, ou seja, um renovado espírito cristão. Porque «esta é a
vitória que vence o mundo: a nossa fé» (1Jo 5,4).
P. Gonçalo Portocarrero de Almada
P. Gonçalo Portocarrero de Almada
Fonte: Povo
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