♔ | VIVA A FAMÍLIA REAL PORTUGUESA! | ♔

♔ | VIVA A FAMÍLIA REAL PORTUGUESA! | ♔

A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO

A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO
Autor: Nuno A. G. Bandeira

Tradutor

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

AS TRISTES RAINHAS

Leonor de Aragão e Isabel de Coimbra, mulheres, respetivamente, dos reis D. Duarte e D. Afonso V, foram “tristes rainhas”, afirma a historiadora Ana Maria Rodrigues, autora das suas biografias, recentemente editadas num volume.
“Tanto uma como outra tiveram períodos felizes nas suas vidas, mas atravessaram momentos dramáticos e de grande infelicidade. Leonor nunca chegou a recuperar plenamente deles. Isabel, quando tudo parecia estar a recompor-se, faleceu de súbito. Tristes rainhas!”, atesta a historiadora.
Em declarações à Lusa, Ana Maria Rodrigues falou da lacuna documental em relação às soberanas, já que as chancelarias das rainhas “não foram dignas de sobreviver na sua quase totalidade”, não sendo alheio a esta falta “o terramoto de 1755, que destruiu muita coisa”.
Todavia, apesar desta ausência, pode-se traçar a ação pública das duas rainhas, “pois, da esfera privada, nada se sabe nesta época, pelo menos em Portugal, apesar de noutros reinos, na mesma altura, surgirem já algumas referências”.
“Às rainhas era esperado quem fossem piedosas, recatadas, protetoras da igreja, patrocinassem as artes, e muitos estilos novos entraram em Portugal através das rainhas estrangeiras que os traziam das suas terras”, afirmou.
“As rainhas tinham poderes informais, mas não uma posição destacada na política formal, que só tiveram se exercessem a regência, mas, de facto, algumas levavam esse desempenho mais longe pelas relações internacionais que tinham, porque eram mais dinâmicas, e tinham sido desde cedo educadas para se tornarem rainhas”.
D.ª Isabel de Coimbra, filha do infante D. Pedro, neta do Rei D. João I, fez os votos matrimoniais aos sete anos, "mas só a partir dos 12 podia consumar o matrimónio”, contou.
Por outro lado, acrescentou a autora, “as rainhas-consortes tinham também um papel conciliador na família real e com o estrangeiro”.
D.ª Leonor, já viúva e regente na menoridade do filho, futuro Afonso V, assinou como “triste Rainha”, um hábito das casas reais castelhana e aragonesa. 
“A única manifestação pessoal sua que encontrei na documentação, foi a carta que dirigiu a um 'amigo bispo' de Aragão, em que lhe dá conta da sua preocupação de o rei [D. Duarte] poder vir a participar na expedição militar a Tanger [em 1437]. Curiosamente, o cronista Rui de Pina afirma que a rainha pressionou para o rei fazer esta expedição”, disse.
Referindo-se a Leonor, a biógrafa afirmou que “foi sempre mais interventiva, quer em Portugal, quer no exílio, quando ainda interveio na política castelhana”.
Leonor de Aragão entregou a regência a D. Pedro, pai de Isabel de Coimbra, por imposição das Cortes de Lisboa de 1439, retirando-se para Toledo, onde nascera e onde viria a morrer, em 1449.
"Estas duas rainhas foram de facto notáveis, apesar de muito diferentes uma da outra. D.ª Leonor conseguiu manter o poder durante algum tempo e D.ª Isabel foi, através da habilidade de conciliação, pela sua maior paciência, que conseguiu manter-se fiel ao pai e ao marido, o rei D. Afonso V, que se guerrearam”.
A obra, publicada pelo Círculo de Leitores na coleção “Rainhas de Portugal”, inclui vários anexos, nomeadamente as listas dos criados, oficiais e servidores das duas rainhas, a dos "privilégios de isenção de dar pousadia ao Rei, à rainha e aos infantes", assim como a lista dos merceeiros das rainhas, além de uma cronologia e de duas genealogias.
No caso de D.ª Isabel, são ainda listados os “nomeados, perdoados e privilegiados por D. Afonso V, a pedido da rainha”, e, no de D.ª Leonor, é dada à estampa uma lista da “expropriação dos bens e/ou destituição dos cargos de partidários” seus, assim como do “perdão e/ou recompensa” aos partidários da rainha que veio de Aragão.
Leonor de Aragão e Isabel de Coimbra, mulheres, respectivamente, dos Reis D. Duarte e D. Afonso V, foram “tristes rainhas”, afirma a historiadora Ana Maria Rodrigues, autora das suas biografias, recentemente editadas num volume.
 
“Tanto uma como outra tiveram períodos felizes nas suas vidas, mas atravessaram momentos dramáticos e de grande infelicidade. Leonor nunca chegou a recuperar plenamente deles. Isabel, quando tudo parecia estar a recompor-se, faleceu de súbito. Tristes rainhas!”, atesta a historiadora. 
 
Em declarações à Lusa, Ana Maria Rodrigues falou da lacuna documental em relação às soberanas, já que as chancelarias das rainhas “não foram dignas de sobreviver na sua quase totalidade”, não sendo alheio a esta falta “o terramoto de 1755, que destruiu muita coisa”. 
 
Todavia, apesar desta ausência, pode-se traçar a acção pública das duas rainhas, “pois, da esfera privada, nada se sabe nesta época, pelo menos em Portugal, apesar de noutros reinos, na mesma altura, surgirem já algumas referências”. 
 
“Às rainhas era esperado quem fossem piedosas, recatadas, protectoras da igreja, patrocinassem as artes, e muitos estilos novos entraram em Portugal através das rainhas estrangeiras que os traziam das suas terras”, afirmou. 
 
“As rainhas tinham poderes informais, mas não uma posição destacada na política formal, que só tiveram se exercessem a regência, mas, de facto, algumas levavam esse desempenho mais longe pelas relações internacionais que tinham, porque eram mais dinâmicas, e tinham sido desde cedo educadas para se tornarem rainhas”. 
 
D.ª Isabel de Coimbra, filha do infante D. Pedro, neta do Rei D. João I, fez os votos matrimoniais aos sete anos, "mas só a partir dos 12 podia consumar o matrimónio”, contou. 
 
Por outro lado, acrescentou a autora, “as rainhas-consortes tinham também um papel conciliador na família real e com o estrangeiro”. 
 
D.ª Leonor, já viúva e regente na menoridade do filho, futuro Afonso V, assinou como “triste Rainha”, um hábito das casas reais castelhana e aragonesa. 
 
“A única manifestação pessoal sua que encontrei na documentação, foi a carta que dirigiu a um 'amigo bispo' de Aragão, em que lhe dá conta da sua preocupação de o rei [D. Duarte] poder vir a participar na expedição militar a Tanger [em 1437]. Curiosamente, o cronista Rui de Pina afirma que a rainha pressionou para o rei fazer esta expedição”, disse. 
 
Referindo-se a Leonor, a biógrafa afirmou que “foi sempre mais interventiva, quer em Portugal, quer no exílio, quando ainda interveio na política castelhana”. 
 
Leonor de Aragão entregou a regência a D. Pedro, pai de Isabel de Coimbra, por imposição das Cortes de Lisboa de 1439, retirando-se para Toledo, onde nascera e onde viria a morrer, em 1449. 
 
"Estas duas rainhas foram de facto notáveis, apesar de muito diferentes uma da outra. D.ª Leonor conseguiu manter o poder durante algum tempo e D.ª Isabel foi, através da habilidade de conciliação, pela sua maior paciência, que conseguiu manter-se fiel ao pai e ao marido, o rei D. Afonso V, que se guerrearam”. 
 
A obra, publicada pelo Círculo de Leitores na colecção “Rainhas de Portugal”, inclui vários anexos, nomeadamente as listas dos criados, oficiais e servidores das duas rainhas, a dos "privilégios de isenção de dar pousadia ao Rei, à rainha e aos infantes", assim como a lista dos merceeiros das rainhas, além de uma cronologia e de duas genealogias. 
 
No caso de D.ª Isabel, são ainda listados os “nomeados, perdoados e privilegiados por D. Afonso V, a pedido da rainha”, e, no de D.ª Leonor, é dada à estampa uma lista da “expropriação dos bens e/ou destituição dos cargos de partidários” seus, assim como do “perdão e/ou recompensa” aos partidários da rainha que veio de Aragão.
 

Sem comentários:

Enviar um comentário