A “memória colectiva” é um peculiar
conceito alimentado pelas oligarquias do regime com a tralha
politicamente correcta e a espuma dos dias que anima os vencedores na
sua mesquinha luta pelo poder. Curiosamente nessa “memória selectiva” os
heróis e os símbolos são escolhidos criteriosamente de um cardápio
ideológico com o horizonte máximo de três ou quatro gerações. Acontece
que, para grande contrariedade dos “nossos senhores” não existe uma
coisa dessas de “memória colectiva”; resultando os seus porfiados
esforços num fenómeno de “amnésia colectiva”, um assunto afinal com que
ninguém se preocupa porque, mesmo atreitos ao entretenimento e à
fancaria o mais das vezes se vive apoquentado com o pão e o vinho à
mesa.
No próximo dia 1 de Dezembro o
calendário assinala pela última vez como Feriado Nacional o Dia da
Restauração Independência, assunto que na verdade a poucos comove e cuja
exumação acontecerá com o recato que inevitavelmente um Sábado impõe a
uma data festiva há muitos anos ameaçada pela indiferença dum regime
apátrida e sem memória. Uma terrível parábola que nos deveria afligir a
todos se é que, sem darmos conta não estaremos já em profundo estertor
como Nação.
Foto do autor - Efeitos Instagram
publicado por João Távora em Real Associação de Lisboa
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