«[…] a cerimónia magnífica que é a transladação do corpo da Rainha para
Portugal, que me impressionou muito, até porque a vi morta,
embalsamada. Vi, e isto tocou-me imenso, a sensibilidade do povo da
capital à chegada dela. Era muito estranho, para um jovem de África, ver
o corpo de uma Rainha saída de Portugal em 1910 entrar em 1951,
portanto quarenta e um anos depois, com o povo a ajoelhar na rua, o
itinerário para S. Vicente de Fora com milhares e milhares de pessoas
concentradas, as pessoas ou descobriam-se ou genuflectiam, as mulheres
do povo ajoelhavam à passagem do corpo. Uma coisa perfeitamente
espectacular! São cerca de quatrocentas mil pessoas que desfilam diante
da urna nos dias seguintes… quatrocentas mil! […]» - Excerto de
entrevista concedida por Fernando Amaro Monteiro a AbdoolKarim Vakil,
"in" “Moçambique: Memória Falada do Islão e da Guerra” (p. 78).
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