E
que tal os manifestantes que ontem legitimamente protestaram contra a
austeridade passarem do protesto simples aos actos e apresentarem uma iniciativa legislativa de cidadãos propondo a revogação das alíneas a) e b) do artigo 6.º da Lei 26/84, que prevêem que os ex-titulares do cargo de Presidente da República tenham “direito ao uso de automóvel do Estado, para o seu serviço pessoal, com direito a motorista e combustível”, bem como a “disporem de um gabinete de trabalho, sendo apoiados por um assessor e um secretário da sua confiança, nomeados a seu pedido”?
Para
além de tal ser evidentemente mais conforme à ética ‘republicana’, da
qual alguns ex-Presidentes tanto gostam de se reivindicar, seria com certeza uma medida justificada no actual estado de emergência
nacional e um forte exemplo de envolvimento e participação democrática
dos cidadãos na adopção de medidas de redução da despesa pública inútil.
Bastaria, aliás, que 35 mil cidadãos a subscrevessem.
Por
mim, gostaria muito de ver os partidos da actual maioria a patrocinar
ou mesmo a chamar a si uma tal iniciativa, como sinal do seu
comprometimento na moralização dos sacrifícios impostos aos Portugueses.
Tenho
a convicção, aliás, de que o sentido patriótico de Eanes o
compreenderia, já o mesmo não podendo infelizmente pensar dos seus dois
sucessores, que tão bem se têm tratado.
Fica o repto, a que se seguirão outros.
(na imagem, a "Casa do Regalo", presentemente utilizada por Jorge Sampaio para seu gabinete de trabalho com o dinheiro de todos nós)
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