Fonte: wook.pt |
Aproveito a ocasião deste último reparo antes de regressar em Setembro para recomendar-lhe para leitura de férias o livro Barca Velha - Histórias de um vinho, publicado em Maio deste ano e editado pela Oficina do Livro.
Ao assinalar-se em 2012 o 60º aniversário da primeira colheita declarada Barca Velha em 1952, Ana Sofia Fonseca,
autora da obra Barca Velha - Histórias de um vinho, conduz o leitor com
a sua escrita agradável e fluente, mas simultaneamente intimista, até
ao mundo do famoso e lendário vinho Barca Velha criado pela vontade,
pela determinação e pelo génio de um homem: Fernando Nicolau de Almeida.
Com base
numa pesquisa jornalística minuciosa realizada em finais de 2003 e 2004 e
em 2010 e 2011, e também fruto do precioso contributo de muitos
testemunhos, a autora conta-nos as “histórias que fazem a história do Barca Velha”.
Transportando-nos até ao século XIX, ela relata-nos as origens remotas do Barca Velha na Quinta do Vale Meão, criada pela determinação e tenacidade de D. Antónia Adelaide Ferreira, a Ferreirinha
que arrematou baldios do Monte Meão, no concelho de Foz Côa em 1877 e
dez anos mais tarde iniciou o cultivo de vinhas na Quinta do Vale Meão.
A propósito deste lendário vinho que é declarado em anos realmente excepcionais, razão pela qual nos últimos 60 anos saíram apenas 17 colheitas Barca Velha, Francisco José Viegas refere-se-lhe com respeito e admiração como se pode depreender das suas palavras no prefácio da obra: “ O Barca Velha faz parte daquilo que o Douro não pode dispensar. Mais do que isso: é uma das glórias do Douro,
só possível com essa contribuição de homens como os Nicolau de Almeida,
os Soares Franco – a eles devemos a construção de uma mitologia danada,
inscrita nas águas do rio dos milagres e nas tentações de quem ama
verdadeiramente o seu ofício. (…) O Barca Velha, com o seu rasto de afrontas ao país pequenino e vulgar (ultrapassando-o, humilhando-o, e à sua mediocridade), é obra de génio ( …) Na sua história está a história de uma paixão pelo vinho e de uma obra de cultura (…) A nossa alma tem uma enorme dívida de gratidão para com os seus criadores”.
Boa leitura e boas férias!
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