Foto - PPA
O povo de São Roque do Pico tem o seu protector à frente do porto dos pescadores.
Não
é um Santo, não é uma personagem mítica, não é um cidadão ilustre da
terra, não é um político: é um Rei, um Rei de Portugal, D. Dinis.
O
marco majestático de D. Dinis ergue-se na proa daquela nobre terra
habitada por nobre povo, como se desse corpo protector à perigosidade
por vezes ameaçadora do mar, mas simultaneamente dando força, amparo e
coragem àqueles que trazem dele o ganha-pão para as suas famílias e
para o sustento da economia local.
Curiosamente em Ponta Delgada (quiçá São Miguel inteiro) não estou a lembrar-me de nenhuma estátua Real deste calibre.
Tomando
as nobres e superiores palavras desse grande escritor picoense, era
importante, pelo menos para mim enquanto açoriano, receber este
ensinamento pela obra que me foi gentilmente oferecida pelo autor e que
guardo honrosamente na minha biblioteca:
1
- «A estátua da D. Dinis foi destinada ao Pico. Devia ser colocada na
primeira povoação da ilha, mas isso não consentiu o Vice-Presidente da
Comissão que, até na então Assembleia Nacional, apresentou um decreto
para "crismar" a Ilha do Pico de "Ilha de Dom Dinis". Mas isso é outra
história.» (página 48)
2
– «Aquando da visita régia, a 28 de Junho de 1901, à cidade da Horta,
os Reis D. Carlos e D. Amélia, que viajavam no cruzador D. Carlos,
foram recebidos por uma esquadrilha de canoas baleeiras, a remos, que
contornaram o navio e o acompanharam ao ancoradouro.
No
dia seguinte houve uma regata à vela e a remos de canoas baleeiras e
embarcações de recreio. Os régios visitantes assistiram à regata a
bordo do cruzador S. Gabriel.
(…)
D.
Carlos ficou muito satisfeito com a homenagem dos baleeiros (que nas
ruas da cidade haviam já levantado, em homenagem às Majestades, um
artístico arco triunfal que se destacou entre os demais), e ofereceu às
duas canoas vencedoras uma canoa baleeira.» (página 116)
in “Álbum da Ilha do Pico”, obra do escritor e historiador Ermelindo Ávila, 2010.
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