SS.AA.RR.
os Duques de Bragança deslocar-se-ão a Nova Iorque no mês de Setembro,
por ocasião do já tradicional Jantar organizado pela Real Associação de
Nova Jersey e da Pensilvânia. Mais detalhes em:
sexta-feira, 31 de agosto de 2012
REAL ASSOCIAÇÃO HUMANITÁRIA DOS BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS DA PÓVOA DE VARZIM
«Decorria o século XIX, quando os da minha Terra, e todos quantos a eles
se encontravam ligados, se reuniram no sentido de darem curso àquilo
que há bastante tempo lhes “martelava” no cérebro: fundarem um género de
“Companhia de Bombeiros Voluntários”. Isso surgiu no dia 1 de Outubro
de 1877, para mais tarde vir a optar por uma outra designação, mais
consentânea com a sua verdadeira função humanitária: “ASSOCIAÇÃO
HUMANITÁRIA DOS BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS DA PÓVOA DE VARZIM”.
Posteriormente, para ser mais preciso, em 6 de Janeiro de 1892, passou a
ser uma Instituição oficializada. Já no princípio do século XX, para
ser mais exacto, no ano de 1904, o Rei D.Carlos, permitiu que a nossa
Associação de bombeiros, utilizasse a designação de: “REAL ASSOCIAÇÃO
HUMANITÁRIA DOS BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS DA PÓVOA DE VARZIM”. »
Fonte: BVPV
Publicada por
Real Associação do Médio Tejo
A "RELVAS SCHOOL OF POLITICAL SCIENCE" NA LINHA DA FRENTE DA INOVAÇÃO CIENTÍFICA
Uma das lições básicas das Ciências
Sociais, pela qual passa em grande medida a refutação do cientismo, é a
de que a realidade social não é um laboratório, ou seja, não é possível
utilizar o método experimental, pelo que não se pode decalcar o método científico das Ciências Naturais.
Claro que a Ciência Política não foge à regra. Mas eu estou em crer que
esta lição está cada vez mais desactualizada. Possivelmente,
tratar-se-á de uma inovação realizada pela Relvas School of Political Science. Que
o diga António Borges. Mas deixando de lado a hipótese de os cientistas
políticos poderem ver-se na iminência de terem que rever os seus
métodos de análise, o que fica mesmo da abordagem experimental à praxis
política, operada nos últimos dias a respeito da privatização da RTP, é
um amadorismo sofrível. Eu preferia manter intacta a lição e que
fôssemos poupados a trapalhadas que os spinners de serviço na
blogosfera e no Facebook lá vão tentando disfarçar - mal, porque
amadoramente, o que não deixa de estar em sintonia com o governo.
Infelizmente, os politiqueiros parecem preferir a opção contrária.
publicado por Samuel de Paiva Pires em Estado Sentido
publicado por Pedro Quartin Graça em Estado Sentido
A conhecida faixa, originalmente surgida na Volta à França em bicicleta, "Vai
estudar ó Relvas” acolheu o ministro Miguel Relvas na sua chegada à
distante paragem de Dili, em Timor-Leste, de acordo com a divulgação
hoje feita pelo jornal PÚBLICO.
A mesma terá sido colocada por volta das 20h de terça-feira (12h de
Lisboa) numa das paredes do Hotel Timor, a melhor unidade hoteleira de
Díli, que fica bem no centro da cidade e onde estão instalados alguns
membros da comitiva que acompanha Miguel Relvas na visita oficial. Já o
ministro está instalado na residência do embaixador de Portugal.
As fontes contactadas pelo PÚBLICO
dizem que a partir do momento em que a faixa foi colocada se verificou
uma romaria de alguns dos muitos portugueses que vivem em Díli, que ali
ficaram a fotografar a mensagem. Algumas dessas imagens já circulam em
páginas da rede social Facebook.
A Polícia Nacional de Timor-Leste foi chamada ao local, mas não tomou nenhuma iniciativa por não haver nenhuma queixa formal.
Um ministro conhecido em todo o mundo, é o mínimo que se pode dizer.
publicado por Pedro Quartin Graça em Estado Sentido
(III) A ESCOLÁSTICA CONIMBRICENSE
No século XVI, apesar do ambiente criado pela Contra-Reforma, floresceu
em Portugal uma vigorosa escola de filosofia.
Pedro da Fonseca e o Colégio das Artes
Em
1555, D. João III entregou à Companhia de Jesus uma das instituições que
formava a Universidade de Coimbra – o Colégio das Artes. Aí viria a
desenvolver-se uma escola de filosofia com projecção na Europa e na América e
que chegou a expandir-se, através dos missionários jesuítas, até ao Extremo
Oriente. Pedro da Fonseca (1528-1599) foi o iniciador desta escola, concebendo,
com as suas obras Instituições
dialécticas (1564) e Comentários à
metafísica de Aristóteles (1589), um curso que consistia num vivo e
desenvolvido comentário à obra de Aristóteles, considerada de validade
universal e perene. Fonseca fez começar os estudos pela lógica, através do
comentário do Organon de Aristóteles,
fazendo-os prosseguir numa abordagem da teologia que seguia de perto a Metafísica do mesmo filósofo clássico.
Tanto num caso como no outro, o método conimbricense exposto por Fonseca
pressupunha um diálogo crítico com as novas tendências filosóficas e
científicas, aproveitando nelas o que considerava válido à luz da tradição
aristotélica, rejeitando uma atitude de mera repetição.
Manuel de Góis,
Sebastião do Couto e Baltasar Álvares publicaram, a partir de 1592, os Comentários do colégio conimbricense da
Companhia de Jesus, que ampliaram à física e à ética o método de estudo da
filosofia e de comentário de outros autores a partir de um Aristóteles renovado
e revigorado, completando-se assim o âmbito pedagógico da escola de Coimbra.
A «ciência média» em Luís de Molina
Alguns filósofos formados em Coimbra viriam a
destacar-se pela originalidade dos seus contributos teóricos. Luís de Molina
(1536-1600), embora nascido em Cuenca (Espanha), estudou em Coimbra e ensinou
em Évora, desenvolvendo alguns aspectos importantes da obra de Pedro da
Fonseca. As suas obras mais importantes foram De concordia (1588) e De
iustitia et iure (1593). Na primeira destas obras, Molina defendeu a tese
da chamada «ciência média», já esboçada em Fonseca e que pretendia dar uma
solução diferente ao conflito teórico entre a liberdade humana e a graça
divina. Afastando-se da ideia geralmente aceite segundo a qual, no uso do
livre-arbítrio, o ser humano só poderia agir moralmente se auxiliado pela
graça, Molina defendeu existirem actos naturais em todos os homens que,
independentemente de intervenção divina e de uma fé cristã consciente, têm
valor moral intrínseco – mesmo que sejam ineficazes para a salvação como a
entende a doutrina da Igreja. Estas ideias implicavam o reconhecimento de uma
capacidade moral mesmo aos povos não europeus e não cristianizados, o que
motivou a sua rejeição por outros autores católicos.
Em De iustitia et iure, Molina aplicou estes princípios aos campos do
direito e da política, submetendo o poder do governo à comunidade que, através
do direito natural, o teria recebido de Deus e o poderia reclamar em caso de
actos tirânicos do governante. Nesta doutrina reconhece-se o princípio da
origem popular do poder temporal, que seria também afirmada pelo jesuíta
conimbricense Francisco Suárez (1548-1617).
Persistência e decadência da escolástica
Durante
o século XVII, a escola conimbricense tornou-se hegemónica na universidade
portuguesa, sendo o seu magistério aristotélico-escolástico seguido em Coimbra
e em Évora por autores como Baltazar do Amaral, Bento de Macedo, Francisco
Soares de Alarcão, Baltazar Teles, Inácio de Carvalho (este autor de um Compêndio de lógica conimbricense) ou
Agostinho Lourenço. Esta tendência só seria invertida no século seguinte com as
primeiras influências do Iluminismo em Portugal, sendo, no entanto, sintomático
da influência persistente das ordens religiosas, e em particular dos Jesuítas,
que quase todos estes autores fossem clérigos.
Na transição do século XVII
para o século XVIII, a escolástica portuguesa entrou numa decadência para a
qual contribuiu um clima pouco propenso à livre discussão intelectual. Gregório
Barreto de Cantanhede, Bento de Macedo e António Cordeiro foram autores desta
fase em que a mera repetição substituiu o comentário vivo e a referência crítica
a autores contemporâneos. Este declínio da qualidade do trabalho dos
escolásticos de Coimbra e de Évora facilitaria o sucesso da investida dos seus
adversários em meados do século XVIII.
Outros autores
Formados também na escolástica e
pertencendo já ao século XVII, destacam-se dois autores que usufruíram ainda da
fase de vigor da escola conimbricense e que não tiveram a sua actividade
intelectual circunscrita à universidade portuguesa. Frei João de São Tomás
(1589-1644), nascido João Poinsot e formado em Coimbra, ensinou em Madrid e em
Lovaina e, após tomar conhecimento das polémicas do seu tempo entre Jesuítas e
Franciscanos, ingressou na ordem dominicana. Tornou-se então um comentador
sistemático e directo da obra de Tomás de Aquino, depurado das controvérsias
introduzidas pela escolástica em que se formara e pelos seus adversários de
inspiração agostiniana. Considerando a lógica o próprio instrumento da
especulação, Frei João de São Tomás deu nos seus Cursus philosophicus, contributos originais no âmbito da
gnosiologia, da metafísica e da filosofia da linguagem. Também com um percurso
não circunscrito a Portugal, Frei Francisco de Santo Agostinho de Macedo
(1596-1681), franciscano, optou pelas posições filosóficas do escotismo, que
comparou com as do tomismo em Collationes
doctrinae (1680).
Publicada por
Luís Aguiar Santos
em Livre&Leal Português
quinta-feira, 30 de agosto de 2012
FORÇA PORTUGAL!
Começam
hoje em Londres os Jogos Paralímpicos. Portugal compete com 30 atletas
em cinco modalidades. A todos os atletas desejamos o maior sucesso.
Estamos ao vosso lado e a "torcer" por todos vocês.
A REVOLUÇÃO LIBERAL PORTUGUESA – 24 DE AGOSTO DE 1820
As invasões francesas deixaram o nosso país em muito mau estado.
Portugal ficou devastado e arruinado, já que os exércitos invasores
praticaram roubos, destruíram casas e ruas e deixaram as actividades
económicas (agricultura, indústria e comércio) praticamente paralisadas.
Para além disto, a população portuguesa estava também descontente porque:
- Os portos brasileiros deixaram de ser exclusivos de Portugal e abriram as portas ao comércio com outros países.
- Em 1815, o Brasil deixou de ser uma colónia portuguesa e foi elevado à categoria de Reino, tornando-se a cidade do Rio de Janeiro a sua verdadeira capital. (Hoje é Brasília)
- A família real e a corte portuguesa continuavam no Brasil (o rei estava fora de Portugal e os ingleses é que estavam a ocupar os principais cargos na governação e no exército em Portugal)
Por estes motivos, o descontentamento da população era geral e
associado às novas ideias liberais (que defendiam sobretudo, uma maior
participação na vida política) gerou-se um clima favorável a
conspirações contra a situação em que o país vivia.
Em 1817, Gomes Freire de Andrade, liderou uma tentativa para mudar o
regime, exigir o regresso do rei e expulsar os ingleses do nosso país.
Esta tentativa não foi bem sucedida porque foram descobertos e os seus
responsáveis foram presos e condenados à morte.
Em 1817 (no ano seguinte), um grupo de liberais do Porto (constituído
por juízes, comerciantes, proprietários e militares) formou uma
associação secreta – o Sinédrio – que era liderada por Fernandes Tomás e
tinha como objectivo preparar uma revolução.
A 24 de Agosto de 1820, aproveitando a ausência de Beresford (general
inglês nomeado por D. João VI como marechal do exército português, a
quem foram concedidos grandes poderes para acabar com qualquer tipo de
conspirações liberais), o Sinédrio fez despoletar (deu início), no
Porto, à Revolução Liberal.
Rapidamente, a revolução se estendeu a Lisboa e ao resto do país. Os
ingleses foram afastados do governo e os revolucionários criaram um
governo provisório (Junta Provisional de Governo do Reino) que, de
imediato, tomou medidas para resolver os problemas do reino.
As medidas mais importantes tomadas pelo governo provisório da revolução de 1820 são:
- Exigência do regresso do rei D. João VI a Portugal
- Realização de eleições com o objectivo de escolher deputados às Cortes Constituintes, para elaborar uma Constituição (documento que contem as Leis fundamentais de um país).
As 1ªs eleições realizadas em Portugal aconteceram em Dezembro de 1822.
Esta Constituição consagrou os princípios da liberdade e de igualdade
dos cidadãos perante a lei (fosse qual fosse a sua origem social,
acabando-se desta forma com os privilégios do clero e da nobreza) e
consagrou a divisão do poder em três poderes.
D. João VI, com medo de ser afastado do trono pelas Cortes, voltou a
Portugal em 1821 e em 1822 jurou (aceitou) a Constituição Portuguesa.
Desta forma, Portugal passou de uma monarquia absoluta para uma
monarquia liberal (ou constitucional).
OS CHEFES DE ESTADO E DE GOVERNO TAMBÉM PODEM SER SANTOS
"Nasceu em 1214 e subiu ao trono de França aos vinte e dois anos de idade. Contraiu matrimónio e teve onze filhos a quem ele próprio deu uma excelente educação. Distinguiu-se pelo seu espírito de penitência e oração e pelo seu amor aos pobres. Na administração do reino, foi notável o seu zelo pela paz entre os povos, e mostrou se tão diligente na promoção material dos seus súbditos como na sua promoção espiritual. Empreendeu duas cruzadas para libertar o sepulcro de Cristo e morreu perto de Cartago no ano 1270."
Muitos
imperadores, reis e rainhas foram beatificados, canonizados, elevados
aos altares, apresentados pela Igreja como modelos de santidade. O
exemplo mais recente viveu e faleceu em Portugal: o Arquiduque Carlos de Habsburgo (1887-1922), Imperador da Áustria, Rei da Hungria e da Boémia.
De facto, aquilo a que agora se chama "república" não deu ainda azo a nenhuma declaração de santidada.
Publicada por
PPM-Braga
(II) OS DESCOBRIMENTOS E O RENASCIMENTO
Com a
abertura de Portugal ao mundo, os pensadores nacionais abriram-se ao
experimentalismo e às novas correntes. As viagens marítimas dos Portugueses a
partir do século XV, com a descoberta de outras terras, povos e culturas, abriu
novos horizontes ao pensamento europeu e reflectiu-se na reflexão dos autores
de Quinhentos e Seiscentos. O papel da observação, da experiência e da
utilização da matemática foi considerado e valorizado de um modo que introduziu
descontinuidades em relação ao período histórico anterior. Com estas mudanças
muito ligadas às actividades marítimas de então, a reflexão filosófica
abandonava a era medieval e abraçava a era moderna. À filosofia formal foi
momentaneamente preferido um estudo empírico da realidade, recorrendo alguns dos
autores deste período à matemática para afinarem o rigor das suas observações e
deduções. Esta transformação, que antecipava não só tendências futuras como
também uma das características do período renascentista, coincidiu com o ímpeto
descobridor do século XV e início do século XVI, mas foi momentâneo.
«A experiência, mãe de todas as coisas»
Duarte Pacheco Pereira, nascido em meados do
século XV, revela o interesse renovado pelo estudo da natureza e da geografia,
consciente já da necessidade de corrigir e superar os autores antigos. Na sua
obra Esmeraldo de situ orbis (1506),
reflectindo sobre a substituição de ideias antigas por outras adquiridas nas
viagens oceânicas, realça a importância da experiência, «mãe de todas as
coisas», para o conhecimento rigoroso, que, assim, não poderia ser apenas uma
construção meramente teórica ou intelectual, mas teria de ser também empírica.
Em Pedro Nunes (1502-1578), professor de filosofia natural na universidade de
Coimbra, aparece já uma atitude crítica da «maioria dos filósofos do nosso
tempo, que consideram de somenos o conhecimento da matemática». Partindo também
da experiência náutica adquirida pelos Portugueses, Pedro Nunes chamou atenção
para a importância que teve a matemática aplicada na construção de um saber astronómico
e geográfico rigoroso nas viagens dos nossos navegadores. As suas obras Tratado da Esfera (1537) e Livro de álgebra e geometria (1567)
denotam uma abertura precoce à matematização do saber. D. João de Castro
(1500-1548) procurou igualmente, nos dados que coligiu relativos à filosofia
natural e à náutica, um rigor matemático e uma ciência de base empírica. Nestes
autores ficou esboçada uma promessa pioneira e consistente de abertura à
ciência experimental e à filosofia moderna que então se iniciavam na Europa,
mas que acabaram por não florescer em Portugal.
O método científico em Francisco Sanches
Francisco
Sanches (1550-1622), cristão novo que iniciou os seus estudos em Braga, veio a
desenvolver a sua actividade ligada à medicina e à filosofia em França (onde
contactou com as mais avançadas correntes do Renascimento e da Reforma
religiosa). Na sua obra, reunida nos seus Tratados
filosóficos, Sanches revela-se crítico da filosofia escolástica e das
concepções aristotélicas que a suportavam. Influenciado pela prática da
medicina, defende uma concepção empirista da ciência, pondo ênfase na
necessidade de construir um saber autónomo da metafísica e da religião e
orientado para uma realidade entendida como objectiva e regida por leis que
devem ser descobertas sobretudo através da experiência.
Embora, para Francisco
Sanches, o objecto da ciência fosse o conhecimento das causas naturais dos
fenómenos observados, o filósofo recusava que a essas «causas segundas» se
devesse limitar a nossa concepção da realidade, que deveria estar consciente da
existência de Deus e de «causas primeiras». No entanto, Sanches defendeu que o
conhecimento das causas naturais não só era trabalhoso como dificilmente
poderia suportar as “causas primeiras” sem um esforçado labor dedutivo.
A filosofia judaica
Entre os judeus portugueses, a filosofia floresceu pouco antes da conversão forçada de
1496, que pôs um fim abrupto a uma experiência que se revelou rica. Isaac
Abravanel (1437-1508) e o seu filho Leão Hebreu (1465-1534) partiram de um
conhecimento profundo da filosofia clássica e da escolástica cristã para
afirmarem a sua conformidade com a Bíblia. Embora dando como adquirido o papel
da razão, concluíram pela superioridade da revelação, efectuando no âmbito da
fé judaica uma síntese com a filosofia similar à operada por São Tomás de
Aquino no âmbito da fé cristã. Ambos os autores evidenciam influência de Platão
e se opuseram à ideia aristotélica da eternidade do universo, a que preferiram
o criacionismo bíblico.
Outro autor proveniente do judaísmo português – já
então clandestino – foi Isaac Cardoso (1615-1680), médico e filósofo, que, em
Veneza, publicou a sua Philosophia libera,
obra eclética que afirma uma noção empirista de ciência a par do criacionismo e
da defesa da liberdade intelectual. Estes autores mostraram-se, como fora já o
caso de Samuel Usque (n. 1492), permeáveis a influências esotéricas e
neoplatónicas.
Sob o signo da Contra-Reforma
A afirmação da Contra-Reforma em Portugal depois
do Concílio de Trento (1545-1563) circunscreveu o tema filosófico do diálogo
entre razão e revelação a autores católicos, alguns dos quais, como Álvaro
Gomes logo no seu Comentário ou censuras
(1543), pretenderam explicitamente refutar com recursos retóricos e lógicos as
concepções teológicas saídas da Reforma protestante, nomeadamente as de Lutero.
Dada a vigilância que a Inquisição passou a manter a partir desta época sobre
toda a cultura intelectual, estas obras tenderam para a mera apologia do
catolicismo.
Outros autores, como Sebastião Toscano (1515-1583), em Mística teologia (1568), ou o Padre
António Vieira (1608-1697), nos seus Sermões,
desenvolveram temáticas religiosas com recurso à filosofia moral. No caso de
Vieira, a influência de Séneca foi notória nos seus escritos morais, o que
denota um interesse continuado em Portugal, mesmo entre religiosos, pela obra
deste autor peninsular da Antiguidade.
Publicada por
Luís Aguiar Santos
em Livre&Leal Português
quarta-feira, 29 de agosto de 2012
"DOS TEUS EGRÉGIOS AVÓS..."
" A Tradição é o terreno onde se levantam os edifícios sociais
- chamados povos ou naçoens. Terreno movediço, cheio de falhas, sem
consistencia, dá Naçoens fracas, á mercê de todos os caprichos, de todas
as aventuras. Quanto mais fundas forem as raizes de um Povo,
mergulhadas na Tradição, quer dizer quanto mais espessa e profunda ela
for, tanto mais solida é a Nação. Dize-me que força tem a tua Tradição,
dir-te-hei quem és.
A Tradição é constituida por tudo o que ha de definitivo na alma de um povo, de fundamental, de estructural, de eterno. O tempo é o depurador, é o filtro: o que escapa á acção depuradora do Tempo é o que forma a Tradição. Ha nella o sangue dos Herois, o espirito dos Genios, a alma dos Santos, a vontade dos Reis: tudo isso forma a argamassa firme sobre que se levantam as Naçoens. Nação que rejeita a Tradição é Nação que se suicida, que se nega a si propria. Quanto maior for o Passado de um Povo, tanto maior é a sombra que esse Povo projecta no Futuro. Uma Nação só existe quando tem Passado. Emquanto o não tem, pode ser um Estado politico, creação artificial da Diplomacia ou da espada de um guerreiro. Mas só é Nação quando tem tradiçoens de que vive, e para a honra das quais vive. Quando em 1820 introduziram na Nação portugueza, que até aí vivia a sua vida tradicional, ideas e sentimentos extranjeiros, começou a sua decadencia. Encerrar o parenthesis extrangeiro é um acto de salvação nacional, é reintegrar Portugal no seu caminho normal, é fazer regressar a Portugal a sua alma. "
Alfredo Pimenta
publicado por Cristina Ribeiro em Estado Sentido
(I) A FILOSOFIA MEDIEVAL PORTUGUESA
As primeiras obras filosóficas no ocidente peninsular foram contemporâneas
da cristianização da filosofia, ocorrida na transição da Antiguidade para a
Idade Média. Os autores que em Portugal cultivaram a reflexão filosófica desde
a Idade Média integraram ou inspiraram-se nas correntes dominantes da filosofia
europeia do seu tempo. Este facto não impediu que alguns deles revelassem
originalidade no seu pensamento e muito menos que desenvolvessem de forma
brilhante alguns dos temas e problemas tratados pelas correntes europeias de
que eram tributários.
Paulo Orósio e São Martinho de Dume
O
primeiro pensador relevante aparecido no que viria a ser o espaço português, e
inscrito na tradição filosófica, foi Paulo Orósio. Nascido perto de Braga no
fim do século IV, foi o autor, entre outras obras, de História contra os pagãos (417). Discípulo directo de Santo
Agostinho, foi influenciado pelas suas concepções filosóficas e teológicas,
sendo também marcado pelo ambiente religioso agitado do noroeste da península,
combatendo heresias como o priscilianismo, o origenismo e o pelagianismo.
Orósio defendeu ainda uma concepção universalista da história humana e opôs uma
leitura linear e progressiva do tempo à leitura cíclica herdada de Políbio.
São Martinho de Dume (c. 518-579), bispo de Braga, foi autor, entre outras
obras, de um tratado de ética, Formulae
vitae honestae. Dedicada ao rei dos Suevos, esta obra evidencia a
influência de Séneca e apoiou-se apenas na razão natural, dispensando o recurso
à moral revelada ou à Bíblia. É um dos primeiros exemplos de um género
literário medieval depois chamado «espelho dos príncipes» e entre nós
cultivado, por exemplo, por Álvaro Pais, bispo de Silves, na sua obra Speculum regum (c. 1344).
Santo António de Lisboa e o rei D. Duarte
Nos escritos de Santo António de Lisboa (f.
1231), anteriores à síntese tomista entre razão e revelação, encontra-se já uma
filosofia que, embora plenamente cristianizada, propõe a colaboração da
filosofia e da razão na obra divina da salvação. Nos seus Sermões, Santo António desenvolveu uma espiritualidade
franciscanista que teria uma longa influência em Portugal e, plenamente
integrado no espírito das ordens mendicantes, explorou a vertente prática e
quotidiana da moral. [Santo António entrou em contacto com os franciscanos
enquanto estudou no mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, que era então a sede
espiritual do reino português. Já em Itália, foi convidado por São Franscisco
de Assis a pregar e a ensinar teologia aos frades da sua ordem, o que o tornou
muito popular. Foi canonizado em 1232 e declarado doutor da Igreja em 1946.]
Outro franciscano português que se destacou na teologia foi Frei André do
Prado, autor de Horologium fidei e Spiraculum franscisci mayronis.
Dado
que os autores referidos escreviam em latim, é ao rei D. Duarte (1391-1438) que
se deve a primeira obra filosófica em língua portuguesa – o Leal conselheiro. Esta obra foi a
primeira a articular reflexões filosóficas em língua vulgar, algo que só se
tornaria comum alguns séculos mais tarde. Trata-se de um livro pouco
sistemático, orientado para questões de filosofia moral e política, mas
profundamente marcado pela síntese operada por Tomás de Aquino entre a
filosofia aristotélica e os ensinamentos da Igreja Católica. Outros autores, em
latim ou em língua vulgar, exploraram a confluência entre a filosofia moral e a
filosofia política, dentro da matriz cristã da Idade Média – são os casos de
Diogo Lopes Rebelo e Frei João Sobrinho no fim do século XV.
A filosofia de Pedro Hispano
Pedro Julião, também conhecido como Pedro Hispano
Portucalense, nascido em Lisboa por volta de 1205, foi o maior filósofo
português da Idade Média e aquele cuja obra alcançou autêntica notoriedade à
escala europeia. Iniciou os seus estudos na escola catedral de Lisboa e
continuou-os em Paris e Siena, onde se tornou professor e autor respeitado.
Apesar de ser médico, teve uma importante carreira eclesiástica, sendo
sucessivamente decano da Sé de Lisboa, arcebispo de Braga, cardeal e o único
papa português, com o nome de João XXI (1276).
Aluno de Alberto Magno e
contemporâneo de Tomás de Aquino, Pedro Hispano foi um dos lógicos mais
influentes da primeira escolástica. A sua fama em toda a Europa está patente no
facto de Dante o ter incluído no grupo de grandes estudiosos retratados na Divina comédia, onde é referido como
«Pietro Spano». A sua obra Tractatus,
depois conhecida como Summulae logicales,
foi copiada e ensinada nas universidades europeias durante mais de três
séculos.
Na sua obra, Pedro Hispano preocupou-se com as propriedades dos
termos utilizados na linguagem e com a sua relação com o conhecimento. O estudo
do significado e da articulação dos diferentes termos (palavras e expressões)
nas proposições tornou-se, assim, o objecto da lógica e aproximava-a da
gramática, com a qual deveria, da perspectiva do lógico português, tender a partilhar
as mesmas regras. O ideal do nosso lógico seria que as leis do pensamento se
aproximassem das leis da linguagem.
Na análise dos termos utilizados nas
proposições do discurso filosófico, Pedro Hispano distinguiu entre o significado e a suposição. O significado
dizia respeito ao modo como as palavras nomeiam ou representam as coisas ou
elementos da realidade; já a suposição
trata da relação lógica entre as palavras no discurso e na reflexão. Para este
filósofo era no campo da suppositio
que estava o âmbito da lógica e da filosofia, cujo estudo incidia, assim, não
sobre a própria realidade, mas sobre o discurso
sobre a realidade. Para os lógicos medievais como Pedro Hispano, esta
distinção implicava que a filosofia deveria fornecer às ciências uma linguagem
conceptualmente rigorosa, distinta tanto da linguagem vulgar quanto da
linguagem literária.
Outras obras atribuídas a Pedro Hispano, nomeadamente Scientia libri de anima, abordam a
questão da alma, sua natureza e capacidade de auto-conhecimento.
O estudo da filosofia em Portugal
Como nos outros países europeus, em Portugal a
universidade teve origem nas escolas das catedrais e dos mosteiros. Logo que os
primeiros reis portugueses estabeleceram a capital política do reino em Coimbra
foi aí fundado um seminário, no qual, ainda no século XII, terá começado o
ensino da lógica. Também antes da fundação da universidade, já eram ensinadas
no mosteiro de Alcobaça (pelo menos desde 1269) a gramática, a lógica e a
teologia. Frei João Claro, doutor em teologia pela universidade de Paris e
abade deste importante mosteiro, foi uma das figuras que evidenciam a
continuação do interesse pela filosofia em Alcobaça no século seguinte; além
dos códices que deixou, há ainda outros, anónimos: o Horto do esposo e o Bosque
deleitoso solitário, que também têm alguns conteúdos filosóficos.
A instituição do Estudo Geral em 1288 (com aprovação papal
em 1290) conduziu ao ensino sistemático da teologia e do direito canónico em
Lisboa e depois em Coimbra, bem como das disciplinas da lógica, da gramática e
da dialéctica, que auxiliavam aquelas áreas de estudos. Nesta época, já as
obras de Aristóteles dominavam em universidades europeias como a de Paris,
vindo a influenciar desde o início o ensino da filosofia em Portugal. Apesar de
ter desde muito cedo um ensino regulamentado e orientado para a formação de uma
elite clerical e jurídica, a universidade será nos séculos seguintes o espaço
privilegiado da reflexão e produção filosóficas em Portugal.
Publicada por
Luís Aguiar Santos
em Livre&Leal Português
A ATLÂNTIDA, O MITO DE ADÃO E EVA E OS MONUMENTOS MEGALÍTICOS
“Se existiu em tempos remotos uma grandiosa civilização desaparecida
por um grande cataclismo, a Atlante, pode perguntar-se qual foi a origem
de toda essa ciência que floresceu há milhares de anos a.C.? Se, de
facto, existiu, e vários testemunhos clássicos apontam para isso, não há
dúvida de que essa civilização foi concebida por homens superiores, os magos da Atlântida desaparecidos nas águas do Atlântico,
cujos sobreviventes (homens do mar) dispersaram-se pelo mundo,
instalando-se, sobretudo, nas zonas mais afastadas e altas da Terra,
onde instruíram os outros sobreviventes.
Esses homens foram chama dos Gigantes em todas as mitologias e eram de raça vermelha como os himaritas fenícios. No mito bíblico, e de acordo com o abade Moreux, Adão foi expulso do Paraíso devido a ter comido a maçã do Conhecimento, partindo com a sua ciência, que transmitiu aos seus descendentes, mas que, geração após geração, foi diminuindo até desaparecer. Numa das suas chaves interpretativas, o mito da expulsão de Adão do Paraíso traduz a história dos sobreviventes do cataclismo da Atlântida que, tendo perdido os seus meios, se viram obriga dos a subsistir na natureza em convulsão e selvagem, tendo, parte dos seus descendentes, passado gradualmente à mediocridade. Não obstante, uma parcela desse conhecimento foi transmitida e conservada, não apenas nas pirâmides do Egipto, mas também, entre outros, nesses monumentos megalíticos que são os dólmens e os menires... Na verdade, grande parte do que nos chegou dessa ciência está escrito na pedra e nas proporções desses monumentos, sendo os seus construtores os veículos desse saber perdido. Esse saber foi transmitido desde os tumuli (termo plural de tumulus) e as pirâmides até às catedrais góticas, o que nos leva a admitir que são os construtores que estão na base dessa transmissão e, assim sendo, as fraternidades de mestres-canteiros da Idade Média são, em certa medida, as continuadoras da ciência aplicada pelos construtores dolménicos.” – Eduardo Amarante
terça-feira, 28 de agosto de 2012
S.A.R. O SENHOR D. DUARTE NA GALA FINAL DO CAMPEONATO DO MUNDO DE ESGRIMA ARTÍSTICA
Tempos de capa e espada regressaram ao Estoril
O beberete que, ao final da tarde de sábado, 18, ocorreu no Centro de Congressos do Estoril, teve como ambiente uma exposição
singular, de cartazes de filmes de capa e espada de outrora, em que
campeavam Errol Flynn, os mosqueteiros, D’Artagnan e tantos outros que
fizeram as delícias da nossa juventude. Foi um bem agradável retorno ao
passado, a preparar-nos para a gala final do Campeonato do Mundo de
Esgrima Artística que, a partir das 18.45 h., nos encantou.
Esgrima,
afinal, ficou assim demonstrado, não é apenas o devaneio de uns
quantos: é uma Arte, uma Técnica, um saber de longa experiência feito,
um hino à não-violência através de atitudes à primeira vista violentas. E
quando, mesmo nos filmes, se vêem cenas ‘de espadeirada’, nada daquilo é
improvisado: há muito treino, muita perícia e…muita elegância também!
No sábado, tudo isso ficou amplamente demonstrado e bem podemos agradecer a Mestre Eugénio Roque, que preside à Academia das Armas de Portugal, ter solicitado o apoio do Município de Cascais para aqui se realizar de novo o Campeonato Mundial de uma modalidade bem agradável de ver-se, campeonato que se realiza de quatro em quatro anos e que teve o seu início em 1996, em Lisboa... De resto, o elevado nível da esgrima portuguesa ficou bem demonstrado e foi largamente referido pelos especialistas que a Cascais se deslocaram.
Aliás, com apresentação de Ana Zanatti e Ricardo Carriço, a sessão foi memorável, a culminar os dias anteriores de ensaios, competições e actuações ao ar livre. A Academia de Dança Antiga de Lisboa brindou-nos, no começo, com duas danças do século XVIII. O ponteiro das horas tocava as 19 quando, na categoria «solo», se deu entrada à equipa da Ucrânia, a interpretar «A espada da morte», que arrebatou a medalha de bronze; seguiu-se a Suécia, com um «Don Juan», que lhe valeu a medalha de ouro; apresentou a França o mito da Fénix renascida que luta (medalha de prata). Entregou os prémios o anfitrião, Mestre Eugénio Roque.
Seguiu-se a categoria «Ensemble». Portugal apresentou «Goldfinger» (medalha de prata); a Rússia, «Sob o reino da ilusão», de bem bonita coreografia, que merecidamente lhe valeu a medalha de ouro; a Espanha, com «Crazy, crazy, Amadeus», obteve a medalha de bronze. Prémios entregues pelo Subcomissário José Pereira, Director do Serviço de Peritagem de Armas da PSP, e Presidente da Comissão de Segurança do Campeonato.
O duelo medieval, naquela eterna luta pelo Santo Graal e pela perfeição e pela donzela amada, a Rússia inspirou-se na Guerra de Tróia, uma passagem da Ilíada que celebra a morte de Heitor (medalha de ouro); celebrou a Polónia a fraternidade nas armas (medalha de bronze); ganhou Portugal a medalha de prata com «O poder da espada», bem agradável coreografia. Entregou as medalhas Sua Alteza Real D. Duarte Pio de Bragança.
Na
modalidade «Batalha antiga e medieval», apresentaram-se a Noruega, com
um «Ninguém passa!» pleno de humor, que arrebatou a medalha de ouro; e a
Rússia, com «Guerreiros em repouso», agraciado com a medalha de prata.
Entregou os troféus Clauso Neves, vice-presidente da Federação Portuguesa de Esgrima.
Após o intervalo, na
classe «Duelo Renascença / Século XIX», Portugal arrebatou a medalha de
bronze; a equipa francesa, a de prata; e coube à Rússia o melhor
galardão, o ouro – prémios entregues por Marcel Dubois, Presidente de
Honra da Academia de Armas Internacional.
Na classe «Batalha Renascença / Século XIX», bronze e prata para a Rússia, o ouro foi para a França. Entregou os galardões Frederico Valarinho, Presidente da Federação Portuguesa de Esgrima.
Na categoria «Duelo Fantasia / Intemporal», as classificações dos finalistas presentes foram: Bronze – Alemanha; Prata –Noruega; Ouro – Cazaquistão. Mike Bunke, Presidente da Academia de Armas Internacional, subiu ao palco para galardoar os vencedores.
E, a terminar, na modalidade «Batalha Fantasia / Intemporal»: Bronze – Rússia; Prata – Noruega; Ouro – França. Os galardoados tiveram a honra de ser medalhados pelo Actor homenageado Gérard Barray.
No final, todos os participantes medalhados subiram ao palco, emoldurando homenagens a Claude Carliez, Mestre de Armas, Presidente da Academia Francesa, coreógrafo e actor, e a Gérard Barray, célebre actor que incarnou as figuras de d’Artagnan, Cyrano de Bergerac e muitas outras personagens em filmes de capa e espada e de aventuras. Foi-lhes oferecida uma espada de honra com a gravação “Homenagem da Academia de Armas de Portugal – 2012”. Agradeceram comovidos e aplaudidos por todos os presentes.
Usaram da palavra Eugénio Roque, Presidente da Academia de Armas de Portugal e do Clube Duelo, e Mike Bunke, Presidente da Academia de Armas Internacional. Trocaram-se lembranças, ramos de flores e distinções internas.
Enfim, uma tarde excelente que se prolongou noite adentro e a todos deliciou (recorde-se que, após cada apresentação, até os agradecimentos eram coreografados!...). E nota bem alta recebeu a organização e, de modo especial, a esgrima portuguesa, que está verdadeiramente de parabéns pelo seu elevado nível, por todos, de resto, reconhecido sem favor, como atrás se assinalou.
Fonte: Notas & Comentários e Cyberjornal
Publicada por
Real Associação do Médio Tejo
Publicada por
PPM-Braga
S.A.R., o Senhor Dom Duarte de Bragança no Centro de Congressos do Estoril, por ocasião da gala final do Campeonato do Mundo de Esgrima Artística
Esgrima, afinal, ficou assim demonstrado, não é apenas o devaneio de uns
quantos: é uma Arte, uma Técnica, um saber de longa experiência feito, um hino
à não-violência através de atitudes à primeira vista violentas. E quando, mesmo
nos filmes, se vêem cenas ‘de espadeirada’, nada daquilo é improvisado: há
muito treino, muita perícia e… muita elegância também!
No sábado, dia 18, no Centro de Congressos do Estoril, tudo isso
ficou amplamente demonstrado e bem podemos agradecer a Mestre Eugénio Roque,
que preside à Academia das Armas de Portugal, ter solicitado o apoio do
Município de Cascais para aqui se realizar de novo o Campeonato Mundial de
uma modalidade bem agradável de ver-se, campeonato que se realiza de quatro em
quatro anos e que teve o seu início em 1996, em Lisboa... De resto, o
elevado nível da esgrima portuguesa ficou bem demonstrado e foi largamente
referido pelos especialistas que a Cascais se deslocaram.
S.A.R. o Senhor Dom Duarte de Bragança esteve presente no Centro de Congressos do Estoril, por ocasião da gala final do Campeonato do Mundo de Esgrima Artística, tendo procedido à entrega de medalhas aos vencedores.
S.A.R. o Senhor Dom Duarte de Bragança esteve presente no Centro de Congressos do Estoril, por ocasião da gala final do Campeonato do Mundo de Esgrima Artística, tendo procedido à entrega de medalhas aos vencedores.
A MAIS PURA IGNORÂNCIA
Os
maiores ignorantes sobre História, Sociedade e Monarquia são aqueles
que, normalmente, confrontam-me, esplendorosamente, com afirmações
deste tipo:
“Ahhhhhh, você é monárquico! Que giro! Isso é muito interessante, não sabia que ainda existiam monárquicos.
Mas aqui para nós, isso de ser monárquico e gostar de reis e rainhas é porque deve ter aí uma 'costelazita' nobre, só pode!”
Digo
eu: Como qualquer sueco, dinamarquês, holandês, japonês, inglês,
espanhol, canadiano, etc, etc, aliás, existe um verdadeiro 'açougue'
nobiliárquico por esses países desenvolvidos todos. Houvessem títulos
para tanta gente…no Japão nem os há, curiosamente.
Há por aí, infelizmente, muita ignorância.
PPA
Fonte: Incúria da Loja
Publicada por
Real Associação do Médio Tejo
PORTUGAL E O QUINTO IMPÉRIO
A história de Portugal não se inicia com a dinastia de Borgonha, mas,
antes, nas suas raízes profundas e longínquas. Quando surgiu D. Afonso
Henriques, a gestação de Portugal vinha já de muito longe e despontou no
sangue dos descendentes heróicos dos lusitanos ciosos da sua identidade
e independência.
O Estado autónomo que sucedeu à Reconquista cristã
estava em germe desde a antiga Lusitânia. Portugal nasceu tanto pela
vontade de D. Afonso Henriques e dos barões portucalenses, como pela
visão política de S. Bernardo e pela acção militar dos cavaleiros
templários, sem esquecer as “obscuras cristandades moçárabes em que o
génio da raça se perpetuou iluminadamente”, com uma missão civilizadora e
universalista.
O QUINTO IMPÉRIO
O QUINTO IMPÉRIO
Um dos aspectos da
perduração da independência de Portugal é um certo sentimento de
isolamento. O nosso país tem sido, ao longo dos tempos, como que uma
ilha rodeada, de um lado por Castela, que sempre funcionou como uma
espécie de deserto isolador, e do outro pelo Atlântico. Desta forma, o
português, experimentando como que um sentimento de ilhéu, tem oscilado
entre a aventura no exterior e a passividade cá dentro. Por vezes também
vive a aventura pela imaginação.
Não há dúvida de que o português
foi talhado para as grandes causas e o gene luso encontra a sua
expressão mais autêntica na aventura de carácter universalista que se
estende muito para além das fronteiras da Europa. O torrão lusitano
atrofia-o e a Europa é demasiado pequena para ele. Por isso, é grande
nas grandes descobertas e, nos tempos actuais, estas traduzem-se no
conceito de Quinto Império, que é a terceira parte da missão iniciada
pelos templários e que ainda falta cumprir. Este Quinto Império
significa, antes de mais, a prevalência:
• Do Espírito sobre a Matéria;
• Da individualidade consciente sobre a massificação;
• Da identidade própria sobre a globalização;
• Do respeito sobre a anarquia;
• Da liberdade de expressão e de pensamento sobre a intolerância redutora.
O homem português, respondendo a um impulso missionário e a um cíclico e imperioso apelo da História, lançou-se no empreendimento marítimo como súbdito do Quinto Império.
No poema Infante, Fernando Pessoa escreve:
“... Deus quis que a Terra fosse uma / que o mar unisse já não separasse…”
O homem português, respondendo a um impulso missionário e a um cíclico e imperioso apelo da História, lançou-se no empreendimento marítimo como súbdito do Quinto Império.
Os historiadores e intelectuais do século
XVII, como o padre António Vieira, acharam o fundamento da
independência de Portugal na palavra de Deus e o mito do Quinto Império
na sua projecção futura.
O Quinto Império tem uma única finalidade: o ideal da união fraterna e espiritual entre todos os homens da Terra, independentemente da raça e do credo, para a construção de um mundo novo e melhor.
Ser Português é um estado de alma atávico,
impregnado profundamente no inconsciente colectivo. Não, não é para quem
quer; é para quem ama e se identifica com Portugal, a sua terra, a sua
energia telúrica, as suas raízes, as suas tradições e a sua história.
Não é para todos os que nascem em Portugal!
In Eduardo Amarante, “Templários”, vol. 3
segunda-feira, 27 de agosto de 2012
MARIÉES DU GOTHA: AUGUSTE VIKTORIA DE HOHENZOLLERN, REINE DE PORTUGAL
A Sigmaringen, le 4 septembre 1913, le roi Manoel II de Portugal, fils du défunt roi Carlos et de la reine Amélie, née princesse d’Orléans, épousait la princesse
Auguste Viktoria de Hohenzollern, fille du prince Wilhelm de
Hohenzollern et de la princesse Maria Teresa de Bourbon-Deux-Siciles. Le roi Manoel avait perdu son père le roi Carlos et son frère aîné le prince héritier Luiz tués lors d’un attentat en 1908 à Lisbonne. Devenu roi, il fut contraint à l’exil en 1910. Le roi Manoel est décédé en 1932. La reine Auguste Viktoria s’est remariée en 1939 avec le comte Robert Douglas.
Fonte: Noblesse & Royautés
Publicada por
Real Associação do Médio Tejo
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