É de conhecimento geral que um Rei (ou Rainha), regra geral, reina desde que sobe ao Trono até que morre. Em artigos anteriores já se viu que nem sempre é assim
pelo que não se vai abordar novamente esse aspecto. É também de
conhecimento geral que, em Portugal, um Presidente tem um mandato de 5
anos podendo candidatar-se, no máximo, a um segundo mandato.
Ora esta situação é usada frequentemente
por algumas pessoas contra a Monarquia. Segundo essas pessoas em
República caso não se goste de um Presidente pode-se ‘mandá-lo embora’ e
escolher outro nas próximas eleições, o que não acontece em Monarquia
onde um Rei, teoricamente, reina até morrer. Com este argumento parece
que um Presidente, ao terminar o seu mandado, volta a ser um cidadão
comum e regressa à exacta vida que tinha antes de ser eleito (não é este
um dos pressupostos da República?). Mas será efectivamente assim?
Caro leitor, o argumento mencionado é verdadeiro em teoria mas na verdade/prática verifica-se que as coisas não se processam dessa forma.
Em primeiro lugar salienta-se novamente
que, como se viu anteriormente, um Rei não reina necessariamente até
morrer. Ademais ainda que isso aconteça, um reinado longo não é
necessariamente mau! A Rainha Isabel II do Reino Unido (por exemplo)
completou recentemente 60 anos de reinado e encontra-se em níveis de
popularidade históricos. Outros Reis, por essa Europa fora, têm elevados
graus de aceitação popular mesmo com já longos reinados. Por cá, com
menos de 10 anos de mandato, o Chefe de Estado é publicamente vaiado.
Depois há que considerar que todos os
últimos Presidentes foram reeleitos para um segundo mandato e, mesmo que
tivessem uma baixa popularidade, provavelmente seriam eleitos para um
terceiro ou quarto mandato (embora isto possa parecer ilógico), se a lei
assim o permitisse. Isto significa, no mínimo, que o Povo Português
deseja continuidade e, como tal, não está muito interessado em mudar de
Chefe de Estado a cada 5 anos.
(continua)
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