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A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO

A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO
Autor: Nuno A. G. Bandeira

Tradutor

segunda-feira, 30 de julho de 2012

A POLÍTICA EXTERNA PORTUGUESA E A SÍRIA

Há dois meses, mal informado ou obrigado, Portugal considerou persona non grata a embaixadora síria Lamia Chakkour, acreditada em Lisboa. A decisão decorria do encerramento pelos EUA, França e Grã-Bretanha das respectivas embaixadas em Damasco. Já em Novembro de 2011, Portugal pedira ao Conselho de Segurança das Nações Unidas que condenasse a Síria pela violação sistemática dos direitos humanos. A declaração, assinada pelos representantes da Grã-Bretanha, França e Alemanha abria portas a outras iniciativas mais incisivas visando, quiçá, a aceitação de um governo sírio no exílio e seu reconhecimento pelas potências ocidentais. Pensava-se, então, que o regime sírio estava na sua última fase e que ali se repetiria algo análogo à Líbia.

Sei de fonte fidedigna que a embaixadora Lamia Chakkour - cristã e reconhecida pela sua grande autoridade em questões do desenvolvimento, bem como pela luta que tem travado pela defesa do património arquitectónico, facto que ditou a acumulação do cargo de embaixadora com o de representante da Síria na UNESCO - mostrou-se surpresa e triste pela associação portuguesa a um plano que ultrapassa largamente a capacidade de Lisboa em avaliar e apreender a realidade que se vive na Síria. Terá dito a alguém, cujo nome preservo, que os portugueses sempre haviam sido amigos e compreensivos e que a mudança súbita se ficaria a dever a má assessoria diplomática em Lisboa ou a simples coação exercida pela França e Gra-Bretanha.

Parece que o governo português não ouviu ou não fez caso da viagem de trabalho que SAR o Senhor Dom Duarte fez à Síria em meados do ano passado. O Duque de Bragança informou o governo português, facultou informação precisa - que se veio a mostrar a correcta - e disponibilizou-se para prestar esclarecimentos adicionais. Não voltou a ser ouvido, pelo que se deduz que o nosso governo deu prioridade a versões que lhe foram induzidas pelas chancelarias de Londres, Paris e Washington. 

Agora que Assad parece triunfante sobre o exército salafista que pretendeu tomar o poder pela força, vê-mo-nos na incómoda posição de não poder participar na solução do problema sírio. O Presidente Assad lançou as bases para uma reforma democrática e cumpriu até ao presente as expectativas. Portugal poderia estar bem posicionado para representar uma posição intermédia ocidental, cooperante e vigilante, no cumprimento daquelas expectativas aberturistas. Infelizmente, os senhores das Necessidades informaram mal o nosso Ministro. A velha incompetência da diplomacia croquete-e-falso-chique das recepções a comprometer qualquer possibilidade de valorização da nossa presença no jogo diplomático internacional. De fora, também, as empresas portuguesas, que poderiam fazer bons negócios na reconstrução da Síria, posto que Assad nada mais quer com franceses, ingleses e seus satélites. Sempre ouvi dizer que as pequenas potências devem ter uma forte diplomacia. Paulo Portas deve andar cansado de ter à sua volta umas dúzias de diplomatas que mais se preocupam com a pérola na gravata e com os botões de punho que com o interesse nacional. Se eu fosse Portas, fazia algo de espectacular. Ia à Síria, encontrava-me com Assad e pedia-lhe que cumprisse integralmente o plano de reformas.

 

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