Por ocasião do lançamento, em 16 de Maio de 2012,
na Sociedade Histórica da Independência de Portugal,
do livro “D. Manuel II e D. Amélia. Cartas Inéditas do Exílio”
Senhor Presidente da Sociedade Histórica da Independência de Portugal,
Senhoras e Senhores,
É
sempre com a maior satisfação que venho a esta Casa, cuja orientação e
finalidades são tão caros ao meu coração de Português. Mais do que
nunca, nas dificuldades colectivas que atravessamos, uma Instituição
como esta tem um papel fundamental na preservação da nossa Identidade
pátria.
Vejo
pois com contentamento que a Sociedade Histórica da Independência de
Portugal tenha acolhido o esforço que a Editora “Estampa” – cujos
quadros felicito – desenvolveu, publicando um livro que contribui para
divulgar dois notáveis vultos da nossa História: o Rei Dom Manuel II e
sua Mãe, a Rainha Dona Amélia.
São
personalidades extraordinárias, sobre as quais ainda não se lançou a
luz completa que a justiça lhes deve. Pelo contrário, embora cada vez
mais rara, ainda sobre eles se insinua, aqui e acolá, uma maledicência
perita, porque joga com meias verdades e induz a equívocos entre aquelas
pessoas que sejam ingénuas ou leiam sem precaução crítica. Essa é a
forma mais perversa de mentir: atingir um resultado falso com coisas
meio-verdadeiras…
Por
isso, como Presidente da Fundação Dom Manuel II, pedi ao Professor
Fernando Amaro Monteiro que ali estudasse e comentasse a documentação
contida
no livro de que hoje a “Estampa” faz o lançamento. Não há nada como o
exame do documento autêntico para se chegar a conclusões verdadeiras.
No
contexto de uma época e de circunstâncias as mais polémicas, Dom Manuel
II ressalta deste livro como foi: um homem bom e superiormente culto,
grande Português, inebriado pelo serviço da Pátria.
Depois de 5/Outubro/1910, ele não passou a ser um “ex-Rei”… Durante os 22 anos do exílio, reinou permanente e incontestavelmente, porque sempre ao serviço gratuito do País,
olhando com superioridade e distância, por vezes mesmo com impaciência,
quaisquer choques e intrigas que a partir de Portugal pretendessem
envolvê-lo.
Como
diz o autor na contracapa do livro, Dom Manuel II era, no Estrangeiro,
um “embaixador incógnito” de Portugal. Quanto à Rainha Mãe (minha
Madrinha), foi sempre, até morrer, “uma torre”, como no livro se lhe
chama.
Contribuem para prová-lo estas cartas até agora desconhecidas.
Muito obrigado a todos vós!
Dom Duarte
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