«No perigo é o meu lugar»,
disse D. Pedro V, em 1857, quando as epidemias de febre amarela e de
cólera apavoravam Lisboa, a classe política fugia, em busca de ares
menos contaminados, e o Rei se mantinha imperturbável nas suas visitas a
«hospitais, consolando doentes, amparando viúvas» (nas palavras de Maria Filomena Mónica, autora de uma recente biografia sua).
O Esperançoso
(esse o cognome d'El-Rei) veio algumas vezes ao Porto: em 1856, em 1860
e em 1861, para inaugurar as grandes exposições portuguesas na cidade
realizadas e, nesta última deslocação, também o Palácio de Cristal. Eram
os tempos do cárcere de Camilo Castelo Branco, onde D. Pedro não
esqueceu de o visitar nas duas últimas viagens.
Morreria
ainda em 1861. Não sem que antes incentivasse o projecto de construção
do Hospital Militar do Porto que, aliás, tem o seu nome. Um hospital «avançado»
(assim o classifica o historiador portuense Helder Pacheco), inspirado
nos de Lariboisière, em Paris, e de S. João de Bruxelas.
Ainda
lá está, o Hospital. Ainda serve. E festeja agora os seus 150 anos de
vida, tantos quantos vão desde o prematuro desaparecimento do seu "padroeiro".
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