♔ | VIVA A FAMÍLIA REAL PORTUGUESA! | ♔

♔ | VIVA A FAMÍLIA REAL PORTUGUESA! | ♔

A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO

A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO
Autor: Nuno A. G. Bandeira

Tradutor

quarta-feira, 18 de abril de 2012

ALGUÉM ALGUMA VEZ LHE PEDIU DESCULPA?


"Lo siento mucho. Me he equivocado y no volverá a ocurrir".

“Sinto muito. Errei e não voltará a acontecer."

Foram estas as palavras de João Carlos I, Rei de Leão e Castela, de Aragão, de Granada, Navarra e da Galiza, enfim, daquele espaço internacionalmente conhecido por Espanha. Os jornais do país vizinho dizem tratar-se de um gesto inédito por parte de uma autoridade política. Pois foi o Rei o primeiro a fazê-lo.

Muito a propósito, já alguém nos pediu desculpa por alguma coisa?

Alguma vez escutou qualquer escusa a propósito das perseguições políticas, espancamentos públicos, assaltos e destruição de jornais, invasão de propriedade, eleições fraudulentas, subversão da ordem da Carta Constitucional, assassinatos patrocinados pelos mais altos titulares do poder político, destruição da economia, corrupção generalizada e fuga em massa de população durante a I República Portuguesa?

Nunca.

Alguma vez ouviu qualquer um dos antigos hierarcas da II República escusar-se pela ditadura, prisões arbitrárias, julgamentos farsa, tortura de opositores, assumido e satisfeito desleixo na formação cívica e intelectual da população, irresponsável política ultramarina que significou o desastre para 30 milhões de criaturas, ou a arrogância imobilista que a mania da exclusividade no poder implicava?

Nunca.

Alguma vez escutou Spínola, Costa Gomes, Eanes, Soares, Sampaio ou Cavaco reconhecer os escabrosos e sempre bem escondidos eventos da descolonização, a liquidação do aparelho produtivo durante o PREC, as ocupações, espancamento de "miúdos fascistas" no COPCON, saneamentos selvagens, ruinosos tratados de adesão à então CEE, a entrega do país aos milhafres da plutocracia internacional que conduziram à perda de centenas de milhar de postos de trabalho, ao abandono dos campos e da faina marítima? Alguma vez ouviu gente persignar-se por vergonhas como a dissolução parlamentar de Sampaio, os deboches imobiliários, as escutas ilegais, a paródia da Justiça asoldo dos omnipotentes, o Caso Emáudio, os Freeport, os parasitários "estudos" para aeroportos, contentores e TGV, as bilionárias derrapagens orçamentais nas obras públicas, o arrasar dos nossos centros urbanos, as vigarices banqueiras que envolviam acções "fora de bolsa", as transferências secretas de incalculáveis somas para paraísos fiscais, as propriedades jamais registadas ou indexadas ao fisco?

Nunca, a III República jamais o fez ou fa-lo-á.

O Rei de Espanha desceu do seu trono e pediu desculpas pela falta de sensibilidade. Não cometeu qualquer acto ilegal, não perjurou, roubou ou conluiou fosse com quem fosse. Partiu de férias na pior altura e apenas por isso mesmo, foi alvo de uma bem coordenada "campanha de indignição pública", excelente válvula de escape para os mesmos de sempre, precisamente aqueles que trazem hoje a Espanha para um dos piores momentos da vida deste regime que já conta duas gerações.

Percebem a diferença?
publicado por Nuno Castelo-Branco em Estado Sentido

Exemplo de humildade



As hienas histéricas já pediam a cabeça do Rei. Mas, afinal, o Rei cometeu algum crime? Não, porque infelizmente a caça não é considerada um crime. Há leis que enformam a prática da caça, por mais ilegítima que surja aos olhos das louváveis preocupações ambientalistas. Mutatis mutandis, era como se alguém pusesse em causa o múnus da função de um titular de cargo público por este ser adepto das touradas. As touradas são ilegais? Não.

Ao contrário de certos presidentes, cúmulos de ininmputabilidade civil e verdadeiros agentes de corrupção - daí o facto de alguns se candidatarem a novos mandatos para se furtarem a julgamento e condenação (vide Chirac, vide Sarkozy) - o Rei cometeu, quando muito, uma falta reprovável às crenças e sensibilidade de alguns.

O mais importante na pequena "estória" é que o Rei pediu desculpas, quando não as devia, pois não cometeu falta alguma que pusesse em risco a segurança do Estado. É comovedor e digno de registo este pedido de desculpas. O Rei não se humilhou, mas falou a cada um dos moralões indignados - desses que de dedo em riste estão sempre prontos a exigir, sem nunca darem o exemplo - e sanou a fúria de milhões que sempre votaram em bandidos, ladrões e pulhas e, sabendo-o, os voltaram a eleger para os proteger da mão da justiça.

As monarquias, até nas falhas, são infinitamente superiores às ditas repúblicas.

Miguel Castelo-Branco
Fonte: Combustões

Sem comentários:

Enviar um comentário