A NECESSIDADE DA MONARQUIA HEREDITÁRIA TRADICIONAL

A revolução acabou com o existente sem edificar nada de novo que ofereça garantia suficiente de estabilidade e duração: deixou a sociedade como uma casa edificada sobre areia, pronta a cair à primeira arremetida dos ventos.

A monarquia hereditária é uma necessidade para os povos, mas é preciso que a monarquia seja de sentimento, de tradição, ligada profundamente às ideias religiosas e morais, acompanhada por uma vasta organização social em analogia com ela. Se assim não for, jamais se fará entrar na cabeça dos homens o domínio de uma só família sobre uma nação de milhões de habitantes. Não por cálculo como dizem os "novos monárquicos", os que surgiram com a revolução e que querem a monarquia como um meio de conservar o espólio!

Ilusão! A ...monarquia não pode ser nunca uma forma calculada, puramente convencional. Se os povos pensam de uma forma calculada sobre a monarquia, em vez de amá-la, ela morre.

Quando a Igreja consagrava solenemente os Reis e rodeava a pessoa do monarca de Augustas cerimónias, fazia uma obra muito política, estabelecendo a condição sem a qual as monarquias hereditárias não podem ser duradoiras. Nas instituições modernas empregam-se também as palavras "sagrado e inviolável", este é um esforço que se faz para suprir o que falta. Mas resolve-se isso, discutindo as condições em pleno parlamento, fazendo surgir o trono de entre as mãos de uma comissão de advogados? Será que se apresenta aos olhos do povo com a elevação a que deve exaltar para buscar a sua missão e observância?

'Pensamentos e máximas filosófico-católicas, Vol. 2'

 

Guilherme Koehler no Facebook