É claro que um Presidente da
República, seja ele quem for, nunca poderá ser um representante
consentâneo pela simples razão de que foi eleito por vários e díspares
critérios. Uns votam pela cor dos olhos, outros pela cor partidária,
outros pela promessa de emprego, outros por ódio aos restantes
candidatos. Depois, há uns palermas que acham que se deve votar
útilmente. As desavenças que o chefe de estado Silva anda a colher
partem destes pressupostos. Ter um chefe de estado, que nunca
representará o país mas parte dele, por via dos votos dá neste folclore.
O estado devia ser representado por alguém que não se vendesse em
campanha, não comprasse favores, não tivesse estado envolvido em
negócios materiais e políticos, alguém que unisse. O estado devia ser
representado por um Rei. Mas isso é muita areia para a camioneta
esfrangalhada em que se tornou este país.
João Amorim
Fonte:Os Carvalhos do Paraíso
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