Capa da edição de 21 de Fevereiro de 2012 do Semanário "O Diabo"
No
dia 20 de Maio de 1801, o exército espanhol, num acto de pura traição,
toma o concelho de Olivença, usurpando 750 km2 do território de
Portugal, incluindo uma das suas vilas mais importantes.
A
Vila de Olivença foi conquista pelos portugueses aos mouros, pela
primeira vez em 1166. A sua posse definitiva foi reconhecida em 1297, no Tratado de Alcanises, quando foram fixadas as fronteiras entre Portugal e Castela. Durante mais de 600 Anos a
sua população bateu-se contra as investidas de Castela e depois da
Espanha (a partir de 1492) para preservar a sua identidade nacional
Esta
usurpação ocorre num momento particularmente dramático para Portugal,
dado que vivia sob a ameaça de uma invasão pelo exercito francês. A
Espanha aproveita-se desta fragilidade de Portugal, e declara-lhe guerra
e num acto de traição, pela força das armas, usurpa um território que não lhe pertencia subjugando uma população indefesa.
Em
1815, após inúmeras manobras negociais, a Espanha compromete-se a
devolver aquilo que havia roubado a Portugal, mas acabou por nunca o
fazer. Pelo contrário, iniciaram uma sistemática política de genocídio
cultural de uma parte do povo português e de ocultação das marcas de um
crime.
- Apropriaram-se de terras portuguesas
- Usurparam património português
- Procuram extinguir lentamente as famílias portuguesas
- Negaram a identidade cultural aos seus descendentes
- Ocultaram nomes e referências históricas de modo a esconderam a usurpação.
- Fizeram tudo isto, também com a conivência de alguns traidores portugueses.
Não
era a primeira vez que a Espanha fazia um genocídio cultural
semelhante. Fê-lo quando obrigou à conversão forçada ao cristianismo de
centenas de milhares de judeus e muçulmanos. Os que resistiram foram
mortos ou fugiram espoliados dos seus bens.
Na
América Latina, os espanhóis exterminaram de uma forma sistemática e
esvaziaram da sua identidade cultural cerca de 70 milhões pessoas das
Caraíbas, Astecas, Maias, Incas e de tantos outros povos. Os que hoje ai
encontramos perderam o sentido primitivo da terra que habitam e dos
monumentos que os cercam. Algo semelhante podemos encontrar também em
Olivença.
Andado
pelas ruas desta cidade e pelas antigas aldeias portuguesas que a
cercam, o que encontramos são pessoas que reclamam a propriedade de
casas, igrejas, monumentos, ruas que foram erigidos por um outro povo
com uma outra cultura, a quem carinhosamente tratam por "hermanos".
Esvaziados da sua identidade cultural, a que hoje ostentam e se reclamam são as tradições e a fidelidade à cultura do invasor.
Apenas
na Alemanha Nazi e na Ex-União Soviética e na China, no século XX,
ocorreram casos semelhantes. É por tudo isto que o caso de Olivença é
importante, nomeadamente para compreendermos a forma como se pode
exterminar um povo. Olivença pode ser considerado o primeiro caso de
genocídio cultural empreendido na História Contemporânea da Europa.
Uma
das novidades do crime que ocorreu em Olivença reside na forma quase
silenciosa como o mesmo foi perpetrado e ainda hoje é ocultado, o que
pode justificar a forma naturalizada como a questão é encarada. Nenhum
remorso ou alusão aos milhares e milhares de homens, mulheres e crianças
a quem lhes foi negado o direito a uma identidade, à história das suas
raízes, sendo que a única que lhes concediam era a do invasor.
Território português de Olivença usurpado, em 1801, pela Espanha.
Consultar: www.olivenca.org
OLIVENÇA É NOSSA
Bandeira Portuguesa de volta a Olivença |
O grupo do PPM junto da porta Manuelina |
Petição que solicita a declaração da Língua portuguesa nos municípios de Olivença e Táliga como bem de interesse cultural pela Junta da Extremadura. |
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