Se
dividirmos os Estados democráticos em estáveis e instáveis, de acordo
com o critério da continuação ininterrupta de democracia política desde a
I Grande guerra, chegaremos à curiosa conclusão de das 12 ou 13
democracias estáveis do mundo 10 são monarquias.
Esta constatação de Seymour Martin Lipset, conhecido cientista político,
a nível mundial, é a prova irrefutável da necessidade e urgência da
monarquia nos dias de hoje, mais ainda, se pensarmos que 8 destas
monarquias representam os países mais desenvolvidos da Europa ocidental.
Esta
ideia da democracia associada à monarquia, embora antiga de séculos, é
ainda hoje olhada de soslaio por muitas pessoas que consideram existir
nesta associação ma contradição profunda. Esquecem-se porém que,
exceptuando a ocupação durante a II Guerra Mundial, nunca um regime
autoritário vingou nos Países monárquicos europeus, neste século.
O mesmo não podemos dizer relativamente às repúblicas, em que os casos
alemão, espanhol, português, grego, italiano, francês, e russo são
exemplos por demais evidentes. Vamos ainda mais longe ao afirmar que a
origem destes regimes autoritários está precisamente na queda das
monarquias nesses países e na consequente instabilidade política,
financeira, económica e social que se lhe seguiram.
Tudo
isto acontece porque "o desenvolvimento natural da democracia exige a
presença de um poder não nascido das contingências políticas. Em
república, os partidos e os grupos de pressão tendem a actuar como
correntes a um poder absoluto. Em monarquia pelo contrário, a autoridade
independente que cabe ao Rei torna possível o confronto leal e aberto
entre as mais diversas forças sociais, políticas e ideológicas. O Rei é o
princípio libertador, como o disse Francisco Sousa Tavares. Por isto
tudo, a monarquia e democracia antes de se hostilizarem,
complementam-se. Hoje a Europa ocidental está em paz e não se temem
ocupações. No entanto nunca o receio pela perda de soberania e
identidade nacional foram tão profundas como agora. O "sonho europeu" é
cada vez mais uma realidade. A integração faz-se a um ritmo avassalador e
os estados europeus interrogam-se sobre o futuro enquanto nação. Mais
uma vez aqui os países monárquicos encontram-se em vantagem. a figura
unificadora do Rei é o garante de uma identidade histórica que não se
quer perdida.
Quem
como o Rei pode assegurar a integridade do seu País apesar das vontades
autonómicas e regionalistas, das diferenças étnicas, da diversidade
social, política e cultural como acontece com a Bélgica, a Espanha, a
Holanda, o Reino Unido e tantas outras monarquias? Ninguém.
O Rei encarna a história e assume-a inteiramente, porque simboliza a
unidade do povo no respeito por todas as suas diferenças e para além dos
seus conflitos. É pois, em torno da Instituição Real que o povo se une,
porque nela se reconhece.
A
Monarquia estabelece com a Nação um laço permanente, sempre visível e
legítimo, que funciona como pólo aglutinador a que se recorre sempre que
necessário. Como disse Ivam Illitch: "na hora do desastre só o
enraizamento na história pode dar a confiança necessária para
transformar o presente".
Por
tudo isto e por ser também, no dizer de Henrique Barrilaro Ruas, "uma
afirmação ética, cultural e até estética, um exemplo vivo e próximo" a
Monarquia é necessariamente moderna. Urge pois restaurá-la.
Quem com o Rei?.........
Autor: João Morais, Universidade de Coimbra.
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