EXISTE!
– Gostei imenso de uma pequena carta no “leitores correio” de 31/10.
Breve mas sugestiva, aplica-se, quotidianamente, ao que não existe.
“Será que Deus existe?”, é o título da carta e descreve uma conferência
para universitários, no início do séc. XX, na Alemanha, na qual um
professor universitário lança um primeiro desafio aos alunos: “Será que
Deus criou tudo o que existe?”. Um dos alunos termina com uma última
pergunta ao professor: “O mal existe, professor?”. Claro que este
respondeu afirmativamente. Réplica final: “Não, o mal não existe – é
simplesmente a ausência do bem … O mal não foi criado por Deus. O mal é a
ausência de Deus no coração do ser humano …”. Todos os colegas se
levantaram e aplaudiram. Era Albert Einstein, aquele a quem agora querem
retirar valor e mérito por causa da velocidade da luz! Mas, a esses,
pergunto: será que vêem a luz, ou apenas a sua ausência, a escuridão? …
que me perdoe a autora do texto que adaptou pelo atrevimento em
repeti-lo. Mas há que o fazer todos os dias.
POLÍTICA –
Tolerância e diálogo foi o que tive em muitos lado a lado com
republicanos. Têm todo o direito – como eu – de expressar as suas
opiniões, desde que não ofensivas. Por isso, não querem perder o “seu”
feriado, o 5/10/1910. Mas não foi “graças à República” que somos
cidadãos e não súbditos e não foi (não é) este regime que marca a nossa
democracia. Se a democracia, antes de 1910, não foi mais longe, isso
deveu-se, principalmente, às formas violentas de certas oposições à
Monarquia e ao desrespeito que eu não tenho pelos valores republicanos.
Aliás, e depois de uma I confusa, de uma II, em ditadura, apenas
considero que esta III deu passos positivos no sentido que quase todos
queremos. Mas o que se tem visto dos últimos anos não abona muito a
favor do conceito que pretendemos consolidar. A miséria e a perda de
qualidade de vida têm aumentado, a criminalidade de alguns poderosos
aumenta com a impunidade graças “ao seu prestígio social e boa inserção
no meio”, enfim, “todos somos iguais mas uns mais iguais do que outros”.
E, agora, cada vez mais súbditos, porque estamos a perder a Lusa
Cidadania, em favor de uma troika e de um novo Eixo, ou IV Reich,
mediante planos estruturados e pré-estabelecidos. E o 1.º de Dezembro
(1640) não é uma das datas mais importantes da História de Portugal? O 5
de Outubro (1143) não é o mais importante, o da Fundação, e que só em
Portugal não é comemorada?
DERRAPAGENS –
Nas obras públicas, na Ponte Europa, que só agora vai a tribunal,
passados cinco anos, com gastos 288% acima dos previstos? E justiça para
as vítimas da incúria das redes de interesses que levou à derrocada da
ponte de Entre-os-Rios e de tantas e tantas obras, cujos
“deslizes”seriam capazes de cobrir o déficit das contas públicas? E nas
prescrições (ou não arguições) de vastas redes de crime organizado e
“socialmente aceites” e juridicamente inatingíveis?
ATENÇÃO! Cuidado com as simples SMS: o “Governo do Paquistão (nelas) proíbe referências ao nome de Jesus Cristo”.
Miguel Pignatelli Queiroz
Presidente do Senado do PPM, antigo presidente do Directório e da CPN do Partido Popular Monárquico, deputado municipal na Assembleia Municipal de Coimbra e deputado eleito ao Parlamento português entre 2005 a 2009.
Fonte: Beiras
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