Não é de ânimo leve que se
interioriza tudo o que se passou no último 5 de Outubro em Coimbra: as
mensagens (tanto da Homilia como do discurso de SAR o Senhor D.Duarte), o
simbolismo de cada gesto, de cada local. Foram tocadas muitas das
feridas de que Portugal padece, feridas essas que existem há muito mas
que os responsáveis por as curar persistem em as ignorar ou, pior ainda,
não raras vezes agravar.
Portugal não foi obra do acaso! O
nascimento de Portugal (ao qual as autoridades teimam em não dar o
devido e merecido destaque) é sinónimo de coragem, força, determinação,
tenacidade e de sucessos e vitórias à primeira vista improváveis.
Portugal não é apenas um pedaço de terra. Ao longo dos séculos os nossos
antepassados sofreram, lutaram e deram a vida por esta Nação para que
nós, hoje, pudéssemos dizer que temos uma Pátria, para que hoje
pudéssemos dizer que somos livres. Por esta Pátria, por esta Gloriosa
Nação (e só pode ser gloriosa porque é a nossa e porque o amor a
Portugal e a sua história falam mais alto), pela nossa liberdade e
independência grandes senhores foram desafiados. Sem medo do confronto,
antes com afinco! Contra todas as probabilidades Portugal venceu e
assumiu-se no plano internacional como uma Nação una, coesa e com uma
identidade própria e distinta dos demais povos/nações.
Todas as acções dos nossos antepassados, tudo o que Eles conquistaram pelo Seu suor e sangue constituem Património Nacional.
De geração em geração todo esse
património foi sendo transmitido continuando a fazer de todos nós, ainda
hoje, uma Nação única no Mundo. Isto não foi e não é obra do acaso.
Esse património foi-nos dado a nós, Povo de Portugal, somente a nós e é a
nós que o cabe defender. Sem qualquer tipo de extremismos (que são a
negação da própria Identidade Nacional) pode-se afirmar que Portugal
somos nós e nós somos Portugal. Portugal e o seu Povo estão unidos por
elos fortíssimos criados na forja do tempo.
Não é preciso muito para perceber que
interesses que são tudo menos claros lutam diariamente para tentar
destruir Portugal, os Portugueses e o fortíssimo elo que os une.
“Dividir para conquistar” é a famosa máxima que vem à memória. Isto não é
novidade, não é surpresa! Há séculos que interesses obscuros tentam
dominar Portugal. Parece haver em nós qualquer coisa que nos torna
irresistíveis objectos de cobiça. Uma diferença (simples porém
fundamental) existe entre o passado e a actualidade: se no passado o
povo, liderado pelo Rei, lutava ao lado
deste pela defesa de Portugal e dos seus interesses, hoje a República
parece deixar-se iludir por interesses estranhos ao País e, caindo no
seu jogo, vai dando (não mais vendendo, o que já seria de extrema
gravidade) Portugal. Antes, predominava uma preocupação pelo bem-estar
colectivo, por Portugal como um só, como um projecto a longo prazo.
Hoje, contudo, predomina um individualismo atroz, um “salve-se quem
puder”, um egoísmo sem precedentes que de fraternidade ou igualdade nada
tem e que coloca claramente em causa a liberdade individual e
colectiva. Parece não haver qualquer projecto a longo prazo.
(continua …)
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