Dom Duarte confessou que tem uma admiração especial por Dom Dinis e a comprová-lo está o facto de ter dado o nome deste monarca a um dos seus filhos.
Ao referir-se a Dom Dinis e depois de ter enumerado as suas grandes virtudes, explicou a enorme importância que teve a protecção ao Templários, "as Descobertas não foram iniciadas com a bandeira da coroa, porque não se preparava um império político, mas sim um império espiritual. A bandeira das naus portuguesas não era a de Portugal, era a da Ordem de Cristo, uma ramificação dos templários, criada por Dom Dinis. Foram estes que financiaram a expansão portuguesa e os descobrimentos".
Noutra fase da sua intervenção debruçou-se sobres as Festas do Divino Espírito Santo.
“A Rainha Santa Isabel está intimamente ligada às festas do Divino Espírito Santos em Alenquer, tradição essa que passou depois para os Açores e mais tarde para o Brasil e Estados Unidos da América. Note-se, a independência de Timor, último território nacional a ficar independente, aconteceu no dia de Pentecostes, com a presença da imagem de Nossa Senhora de Fátima com o Divino Espírito Santo.”
Pensar Odivelas, 10 de Outubro de 2011
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Da esquerda para a direita: Mª Máxima Vaz, Dom Duarte Pio, Diogo Albuquerque, Xara-Brasil, Rosado Fernandes e Carlos Coelho.
Conforme já foi mencionado neste blog, S.A.R., O Senhor Dom Duarte foi um dos oradores da 1ª Conferência alusiva aos 750 anos do nascimento D'El-Rei Dom Dinis - "Rei Dom Dinis (O Lavrador) - O Seu Reinado e Legado - que se realizou no dia 7 de Outubro e 2011 no ISCE-Instituto Superior de Ciências Educativas.
Foi um êxito! Dom Dinis teve hoje uma importante e mais que justa homenagem. O seu nome foi dignificado, a história do seu reinado foi aprofundada e divulgada, a sua ligação a Odivelas foi explicada e o valor da sua marca foi evidenciado.
Todos foram importantes e estão de PARABÉNS, todos os que ajudaram a organizar e a divulgar a Conferência, os oradores, todos os que apoiaram este evento e todos os que marcaram presença.
Obrigado a todos.
VIVA EL REI DOM DINIS!
Pensar Odivelas, 08 de Outubro de 2011
S.A.R., DOM DUARTE CONVIDADO DE HONRA NA SESSÃO SOLENE EM HOMENAGEM A EL-REI DOM DINIZ
Integrada nas comemorações dos 750 Anos do Nascimento de Dom Dinis, a Câmara Municipal de Odivelas protagonizou uma Sessão Solene de homenagem ao Rei “O Lavrador”, vulto incontornável da nossa história.
A
Sessão Solene decorreu no dia 8 de Outubro, no emblemático Refeitório
do Mosteiro de S. Dinis que acolheu as várias dezenas de pessoas que
fizeram questão de marcar presença nesta nossa homenagem.
Convidado
de honra na cerimónia, Dom Duarte, Duque de Bragança, confidenciou ser
Dom Dinis, o Rei que mais admira, não passando despercebida esta data
tão importante para si próprio e para o país.
Por
sua vez, a Presidente da Câmara Municipal de Odivelas sublinhou que
“para os Odivelenses, Dom Dinis está entranhado no ADN da sua alma, e
como jovem concelho que somos, procuramos partilhar dessa visão de
progresso, desse rasgo de audácia que tanto o caracterizou. Susana
Amador descreveu ainda o Mosteiro S. Dinis, como a “Jóia da Coroa” do
Município, partilhando a alegria sentida pelo mesmo passar, novamente, a
estar aberto ao público, em geral, e aos Munícipes de Odivelas, em
particular. Esta abertura de portas, em visitas guiadas e gratuitas no
primeiro e terceiro domingos de cada mês, foi oficializada na assinatura
de um Protocolo entre o Instituto de Odivelas e a Câmara Municipal.
Protocolo que, no entender do Director do Instituto, Coronel José Serra,
“é um simples passo na relação institucional com a Câmara”.
A
Cerimónia contou ainda com uma Evocação de Sapiência de Pedro Barbosa,
Director do Centro de Estudos de História da Faculdade de Letras de
Lisboa, e ainda com um momento cultural proporcionado pelo Maestro Nuno
Lopes, ao piano, e por Victor de Sousa, numa declamação de poemas.
Antes
da Sessão solene, destaque para a recepção a Dom Duarte nos Paços do
Concelho, seguida de uma visita ao Centro de Exposições de Odivelas.
Câmara Municipal de Odivelas, 10 de Outubro de 2011
Evocação de D. Dinis, fundador da universidade
A 9 de Outubro de 1261, dia de S. Dinis, o primeiro bispo de Paris, nascia o monarca que pelo documento precioso “Scientiae thesaurus mirabilis” de 1 de Março de 1290 criou em Lisboa o “Studium generale” ou “Universitasmagistrorum et scholarium”. Neto de Afonso X o Sábio que tanto engrandeceu o de Salamanca, o nosso rei, poeta e trovador, seguiu-lhe o exemplo como notável homem das letras e de grandes realizações.
D.
Dinis trocou depois Lisboa por Coimbra e em 1537 D. João III aqui o
instalou em definitivo ficando como o único do País até 1911. O que
seria Coimbra sem o seu “Studium”? Qual “Cariath Sepher” (cidade das
letras) terá ela sabido corresponder a tão grande prerrogativa? Hoje o
ensino superior público conta com 15 Universidades, 17 Politécnicos e
uma de regime concordatário, e ainda 17 particulares cooperativas e
outros Institutos, números que dão que pensar!
Depois
do “Studium Bononiense” (1088) viriam a surgir na Europa nos sécs.
XIII, XIV e XV: 23, 24 e 35 “Studia”, num total de 82! As suas raízes
assentam na herança greco-latina e judéo-cristã, enriquecidas pelo
legado árabe e por tradições várias. A Europa cristã nasceu dessa
integração e as Universidades afirmaram-se como geradoras de um
humanismo teológico, filosófico, literário, jurídico e científico. Como
escreveu Hervé Carrier, foi assim que irradiou pela Europa uma cultura
fundada na razão e no direito de que a democracia, a ciência moderna, o
Estado representativo, a exploração do mundo e o direito internacional
muito beneficiaram. E do Velho Continente propagaram-se para outras
partes do globo.
A
consciência de que a cidade exigia o saber, a sabedoria e a virtude dos
cidadãos vinha da “Política” de Aristóteles. Reis, imperadores e papas
compreenderam, fundando ou confirmando os “Studia” e cumulando-os de
privilégios, o mesmo fazendo a Igreja e não poucos mecenas, de que são
exemplos o “Authentica habita” de Frederico Barbaroxa (ca. 1155), a bula
“Parens scientiarum universitas” do papa Gregório IX (1231), “Las Siete
Partidas” e a Carta Magna de Afonso X o Sábio para o “Studium
Salmanticense” (1254) e a de D. Dinis para a de Coimbra (1309)
testemunham esse permanente carinho para com os “Studia” em especial
para com os escolares, já patente na petição para a criação do “Studium
Dionisianum” de 11 de Novembro de 1288 e na bula de confirmação de
Nicolau IV de 9 de Agosto de 1290. Segundo R. Gauthier, o conhecimento
era o bem supremo e a “scientia” o tesouro admirável e o dom precioso,
“velut splendor firmamenti” ou “magnanimitas”, brilho esse ofuscado
tantas vezes por sinais de decadência.
Ao
lado do “Regnum” (Estado) e do “Magisterium” (Igreja) o “Studium” era o
terceiro pilar da sociedade. Instituição medieval por excelência
conheceu uma uniformidade deveras singular. Eram corporações autónomas,
com os mesmos esquemas pedagógicos e graus conferidos, idêntica
organização, simbologia e carácter internacional (o “ius ubique docendi”
e a mobilidade estudantil).
Hoje
novos desafios se levantam com a modernização das sociedades e também
com a racionalidade fria do pragmatismo, da rentabilidade e da
concorrência. Carrier fala do justo equilíbrio entre a identidade da
Universidade e a colaboração com os avanços científicos e com o
contributo a dar à resolução dos problemas que assolam a humanidade.
A
reforma universitária passa pela atenção a dar à ética e à cultura a
começar no seio das próprias Escolas: “Universitas semper reformanda”.
Isto para cumprir a sua missão ao serviço do homem na lógica da
antropologia humanista e espiritual com a defesa dos valores da justiça,
do direito e da liberdade. A sociedade é exigente e está atenta.
Como
diz o texto fundador elas nasceram para iluminar o mundo espiritual e
temporalmente e não para se fecharem como feudos e alheias à realidade, o
mesmo se deduzindo do significado da “Sapientia” do selo primitivo.
Corroboram estas reflexões sobre o 750.º aniversário de D. Dinis,
fundador da “Alma Mater Conimbrigensis”.
Manuel Augusto Rodrigues
Fonte: As Beiras
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