Foi
inaugurada ontem, dia 11 de Julho, no Espaço Ravel, em Monte Carlo, a
exposição "Fausto e Grandeza nas Cortes Europeias", em que Portugal
estará representado pelo Palácio da Ajuda, entre os 21 países
participantes.
A
secção portuguesa reproduz uma sala de refeições do Palácio no tempo do
Rei Dom Luís e da sua Mulher, Dona Maria Pia. “Apresentamos o requinte
da Côrte Portuguesa, com uma mesa para 12 pessoas, que através da
colocação de um espelho dará a ilusão de serem 24”, explicou Isabel
Silveira Godinho.
Em
Monte Carlo, o Palácio apresentará uma mesa com toalha de linho com as
armas reais e 12 pratos de porcelana de sobremesa do serviço “casquinha”
da manufactura de Edouard Honoré (1824-1840), decorados com flores,
frutos, retratos e aves.
A
primeira sala será precisamente a de Portugal, “pois a exposição segue a
ordem geográfica”, explicou à Lusa a directora do Palácio da Ajuda,
Isabel Silveira Godinho.
A
responsável salientou a excelência e a grandiosidade das colecções do
Palácio, tendo afirmado que numa estimativa recente apurou-se que o que
está patente ao público representa 9,7% do total das colecções do museu.
“As
nossas colecções, além de serem todas verdadeiras, na medida em que
tudo pertenceu e foi escolha da Casa Real, não há acrescentos de bom ou
mau gosto, são de excelente qualidade”, sublinhou.
Em
Monte Carlo, o Palácio apresentará uma mesa com toalha de linho com as
armas reais e 12 pratos de porcelana de sobremesa do serviço “casquinha”
da manufactura de Edouard Honoré (1824-1840), decorados com flores,
frutos, retratos e aves.
“Estes
pratos foram adquiridos por Dona Maria II e ostentam o seu monograma. O
restante serviço de mesa é branco, decorado a ouro”, disse à Lusa fonte
do museu.
“O
serviço de copos é da firma A La Paix e é decorado com os monogramas
entrelaçados de Dom Luís e Dona Maria Pia, e terá sido adquirido em
1884, na sequência da viagem régia realizada no ano anterior”, disse a
mesma fonte.
Da exposição da mesa faz ainda parte um faqueiro e outras peças de prata do ourives francês Veyrat, datadas do século XIX.
“Esta
baixela, de proveniência francesa, terá sido trazida de Itália pela
própria Dona Maria Pia, quando da sua vinda para Portugal. Todas as
peças apresentam cinzeladas as armas de aliança de Portugal e Sabóia, em
alusão ao casamento do Monarca português com a Princesa italiana”,
explicou a mesma fonte.
“Vamos
mostrar um Portugal rico com a pompa que uma corte no século XIX
exigia”, disse Isabel Silveira Godinho que pretende que “a nossa
exposição fique no olho do visitante”.
Da
mostra portuguesa constam ainda algumas peças da baixela de Saint
Germain, quadros e jóias da Rainha Dona Maria Pia que morreu há 100
anos, e viveu 48 anos no Palácio.
Estarão
expostos os retratos de Dom Luís e de Dona Maria Pia, ambos de autoria
de Michele Gordigiani, e um de D. José, de autor desconhecido. Constam
ainda quadros representando a “Chegada de Dona Maria Pia ao Tejo”, de
João Pedroso Gomes da Silva, a “Ratificação do Casamento de Dom Luís e
Dona Maria Pia”, de António Manuel da Fonseca, e “Baptizado do Príncipe
Real Dom Carlos”, de Tetar van Elven.
Será
também exposta uma aguarela de Dom Carlos, sem título e com a
designação descritiva de “Paisagem com junta de bois, moinho e mar”,
segundo a mesma fonte.
Da
exposição portuguesa consta ainda o diadema e colar de estrelas que
“foram encomendados pela Rainha, em 1863, ao ourives português Estêvão
de Sousa” e as designadas “jóias arqueológicas” de Fortunato Pio
Castellani. “As 10 peças [destas joias] que estarão presentes nesta
mostra, fazem parte de um conjunto total de 33, presente de casamento da
cidade de Roma à filha de Victor Manuel II”, esclareceu fonte do museu.
No
âmbito da ourivesaria constam ainda “dois meios adereços de caça, de
origem portuguesa mas de autor desconhecido, e constituídos por brincos e
alfinete, e medalhão e brincos”.
A
exposição “Fastes et Grandeur des Cours en Europe”, organizada pelo
Fórum Grimaldi, é comissariada por Catherine Arminjon,
conservadora-geral do Património da França e estará patente até 11 de
Setembro.
Questionada
sobre as normas de segurança, a directora do Palácio da Ajuda afirmou
serem as máximas e as que jamais viu. “É um edifício específico para
estes acontecimentos e que tem as condições máximas de segurança que
jamais vi”, declarou Isabel Silveira Godinho.
O
Fórum Grimaldi apresenta esta exposição como uma “volta à Europa
inédita que faz luz sobre soberanos como os Imperadores da Áustria,
Francisco José e Sissi, os Reis da Espanha Filipe V e Isabel Farnésio, o
Imperador Napoleão e Josefina, assim como a corte monegasca até ao
reinado do pai do actual Príncipe Alberto III, Rainier III (1949-2005),
entre outros.
(AC)
Acho maravilhoso, só sempre achei muito estranho o porquê de mostrar as jóias portuguesas lá fora enquanto por cá nunca ninguém as vê...
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