A
Comissão organizadora do Encontro Nacional de Combatentes, que decorreu
a 10 de Junho de 2011 em Lisboa, exortou os jovens a continuarem estes
encontros e a seguirem os “puros valores da portugalidade”. Seguir o
exemplo de Camões e do Santo Condestável.
O
Dia de Portugal frequentemente confundido com o dia do encontro dos
ex-combatentes é um dia que propõe uma reflexão sobre o País, facto de
que se impõe nos tempo actual. O Dia de Portugal, em Belém,
contou com a ausência do PR e de qualquer representante oficial do
Estado Maior mas contou com Dom Duarte Pio, ex-combatente da Guerra do
Ultramar e combatente activo dos valores da Portugalidade,
juntamente com os milhares de ex-combatentes e familiares que
aproveitaram este dia para relembrar aqueles que cairam por Portugal.
O
tenente general Vizela Cardoso dirigia-se às cerca de mil pessoas
concentradas junto do Monumento aos Combatentes no Forte do Bom Sucesso,
em Belém, tendo apelado aos os ex-combatentes para “seguirem o exemplo:
numa mão Camões e na outra o Santo Condestável”.
O
militar leu ainda uma mensagem do PR dirigida aos ex-combatentes, em
que lembrou os 50 anos do início da guerra em África que envolveu um
milhão de jovens de todas as regiões do país, e os 3500 militares que
ficaram prisioneiros quando da ocupação do ex-Estado da Índia.
O
Chefe de Estado afirmou a necessidade de passar às “gerações mais
novas” a importância de valores como o do mérito, da lealdade, da honra,
da família e da Pátria.
O
encontro que se realiza há 18 anos, acolheu pela primeira vez uma
cerimónia inter-religiosa em que participaram o xeque David Munir, da
mesquita de Lisboa, e o padre frei Fernando Mota (ex-soldado comando).
No
discurso de homenagem aos combatentes, Jaime Almeida, ex-militar da
Força Aérea Portuguesa, afirmou que “não há povo nem soldado no mundo
mais capaz do que o português”.
“Sabemos subir montanhas e alcançar cumes; definhamos quando nos criam condições para renascer das cinzas, qual Fénix”, atestou.
O
antigo militar afirmou “que hoje alguns gostariam de fazer desaparecer
das nossas preocupações mais profundas” o “respeito por conceitos como a
Pátria, a bandeira e a Nação Portuguesa”.
“Essa
‘amnésia provocada’ é ainda mais preocupante quando notamos todos os
que, tendo-se entregado heróica e determinadamente a Portugal, voltaram à
sua Pátria, alguns deles portadores de deficiências, mas todos com a
assumida sensação de ‘Dever Cumprido’ e que os poderes por vezes teimam
em disfarçar ou ignorar”, afirmou.
O
militar referiu também “o envolvimento heroico e determinante da PSP”
[Polícia de Segurança Pública] na década de 1960 durante a guerra no
ex-ultramar.
Na
cerimónia foram aliás evocados os elementos da PSP “mortos ao serviço
de Portugal”, tendo o superintendente Jorge cabrita afirmado no discurso
que proferiu, que esta foi “muitas vezes a garantia de segurança das
autoridades administrativas e das populações civis até chegar o
contingente militar”.
Após
os discursos a evocação prosseguiu com a deposição de cerca de vinte
coroas de flores no Monumento aos Combatentes dos diferentes ramos das
Forças armadas, associações de ex-militares e combatentes e também da
Cruz Vermelha.
Dom
Duarte Pio à saída do Mosteiro dos Jerónimos, na sequência da homilia
de D. Ximenes Belo, no âmbito das comemorações do 10 de Junho, propôs
uma reformulação no calendário dos feriados nacionais. Segundo Dom
Duarte, a melhor forma de homenagear os portugueses que combateram pelos
seus ideais seria a celebração dos feitos diversos do povo português
exclusivamente no dia 10 de Junho, um feriado destituído de conotações
políticas.
Participaram
na cerimónia disparando uma salva protocolar a corveta Baptista Andrade
da Armada e duas aeronaves da Força Aérea além da banda e um
destacamento da GNR e militares dos três ramos das Forças Armadas.
Texto Lusa, Fotos: Semanário "O Diabo"
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