As mãos estão fechadas em posição de oração. Fechada
no Mosteiro da Esperança, Maria Francisca de Sabóia suplica a Deus que a
proteja, olhe por si neste momento de aflição e lhe perdoe os seus mais
terríveis pecados. Está em marcha, na corte portuguesa, um plano
imparável e de consequências imprevisíveis. E ela é a personagem
principal desta história de intriga, desamor e traição. A decisão estava
tomada. Não poderia voltar atrás. Terminaria o casamento com D. Afonso
VI, rei de Portugal, um homem deformado, gordo, de personalidade irada
que nunca a havia procurado no leito conjugal. O próximo passo deste
plano minuciosamente traçado seria pedir a Roma, com a ajuda do seu bom
amigo e conselheiro, o duque de Cadaval, a anulação deste casamento
falso que a havia tornado infeliz durante um ano e meio. Por fim,
deposto o marido, casaria com o infante D. Pedro, seu cunhado e assim
veria concretizados os seus desejos de poder. Uma afronta nunca antes
vista, um pecado que pedia, sem piedade, o castigo divino. Mas Maria
Francisca de Sabóia não havia nascido para ser um fantoche. Nasceu para
ser rainha. Contudo, a vida reservava-lhe ainda algumas surpresas. Diana
de Cadaval regressa à escrita com um romance que nos leva até à corte
portuguesa do século XVII, num momento em a ameaça espanhola é uma
realidade, para nos contar a história de Maria Francisca de Sabóia, uma
princesa francesa que, aos 20 anos, se torna rainha e protagoniza um dos
episódios mais curiosos da História de Portugal.
Diana, duquesa de Cadaval, nasceu em Genebra, na
Suíça, e vive em Portugal, entre o Estoril e Évora. Formou-se em
Comunicação Internacional na Universidade Americana de Paris e trabalhou
na leiloeira Christie's, em Londres. Tem a seu cargo a actividade
cultural do Palácio Cadaval, em Évora, o berço da família ducal há mais
de seis séculos. Da agenda do palácio destaca-se o Festival Évora
Clássica, um Festival de Músicas do Mundo, as mostras anuais de Arte
Contemporânea e o Museu e a Igreja, abertos ao público. Com o marido, o
príncipe Charles-Philippe d'Orléans, duque d'Anjou, tem participado em
missões humanitárias na Etiópia, Camboja, Sérvia e Egipto.
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