A propósito deste post do nosso
colega João Gomes de Almeida, parece-nos de elementar justiça repor a verdade
acerca da actual situação da Causa Real, organismo que cumpre actuar como braço
político da Casa Real, através da coordenação das muito autónomas Reais
Associações existentes em todo o país. Como nos é dado observar, neste início de
mandato a recém empossada Direcção procura conhecer as realidades de cada uma
das R.A., naquela inicial abordagem que permitirá no futuro mais próximo, uma
melhor coordenação a nível nacional.
Não contando a Causa Real com qualquer tipo de
renda ou subsídio, bem ao contrário das organizações políticas que disputam o
poder executivo, cumpre aos seus dirigentes assumir às próprias expensas, os
necessários montantes para as iniciativas a que se propõe, enquanto não atraem
um consistente grupo de mecenas, um objectivo há muitos anos perseguido e que
sabemos constituir uma prioridade para o curto mandato desta.
Esta é a verdade. Não sendo um partido político,
a Causa sobreviveu à 1ª República e tentativas de aniquilamento pela violência.
Sobreviveu à 2ª República e ao intento de domesticação que o regime pretendeu.
Tem soobrevivido à descarada censura praticada pelos senhores desta 3ª
República. A teimosia deve-se à certeza da nossa razão e esta, já é antiga de
cinco gerações. A Causa Real existe desde os caóticos e nefastos tempos da 1ª
República e todos os regimes, opressões e tentativas de silenciamento tem
ultrapassado, pela vontade e abnegação - por vezes de forma mais expressiva -
dos seus dirigentes. Essa é a verdade inegável.
Como muito bem afirmou Miguel Esteves Cardoso, a
Causa Real é o maior e mais antigo movimento de resistência no nosso país.
Em virtude da demissão de Paulo Teixeira Pinto,
foi empossada há um mês no congresso do Porto uma nova Direcção que termina
funções daqui a um ano. Ao que nos é dado observar, durante estas semanas, em
claro prejuízo das famílias dos dirigentes e do próprio e merecido descanso,
esta direcção já visitou um bom número de Reais Associações espalhadas pelo
território nacional com o objectivo de fazer um levantamento de necessidades e
sensibilidades para as novas propostas a apresentar. Esta fase de trabalho não é
visível nem espectacular, mas tem como fim um maior conhecimento do terreno que
permita uma reorganização verdadeiramente eficaz.
Diminuir o esforço da Direcção que ao que sabemos assumiu um ambicioso programa de acção, é uma injustiça que deve ser corrigida. Urge apelar à colaboração e empenhamento de todos os inscritos nas Reais Associações, pertençam eles a que Partidos pertencerem. O facto é que nunca como hoje existiram tantos novas filiações nas R.A., esta é a verdade que a muitos incomoda. De resto, os balanços, críticas e candidaturas são estimulados e bem vindos no contexto das instâncias próprias dentro dos estatutos da organização, cujo próximo congresso (por sinal electivo) decorrerá em 2012.
A Causa Real deverá ser uma união de vontades e verificando-se um até há pouco inesperado reacender da ideia da Monarquia Portuguesa, há que conjugar esforços. Todas as diferenças não serão obstáculo para aquilo que a todos nos une, o supremo interesse de um país que quer continuar a ser independente nestes conturbados tempos.
Pelo Estado Sentido,
Samuel de Paiva Pires e Nuno
Castelo-Branco
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