Há 169 anos nascia em S. Miguel, Açores,
Antero de Quental. O sonetista genial, um filósofo marcante, um espírito
de paixões e desilusões. Uma vida inteira de sofrimento que o
conduziria à imortalidade entre os nossos maiores. Geralmente – e
mal-intencionadamente - interpretado de modo distorcido. Senão porquê,
leia-se este excerto de uma sua carta a Lobo de Campos, seu amigo e
contemporâneo na Universidade coimbrã:
«Creio que teremos República em
Portugal, mais ano, menos ano; mas francamente não a desejo, a não ser
de um ponto de vista todo pessoal, como espectáculo e ensino. Então é
que havemos de ver o que é atufar-se uma nação em lama e asneira. Falam
da Espanha com desdém – e há de quê – mas eles, os briosos portugueses,
estão destinados a dar ao mundo um espectáculo republicano ainda mais
curioso: se a República espanhola é de doidos, a nossa será de garotos».
Eça de Queiroz, seu admirador incondicional, chamava-lhe Santo Antero. Além de santo, Antero era também, como se vê, profeta.
Fonte: Blogue “Corta-fitas”
Publicado por David Garcia em PDR-Projecto Democracia Real
E que disse Anthero sobre a Monarchia?
ResponderEliminarJosé Barreto, Lisboa.