A
Torre do Tombo mostra uma das facetas menos conhecidas do Rei D.
Carlos, a de fotógrafo, numa exposição que é hoje inaugurada e que exibe
pela primeira vez documentos do Arquivo da Casa Real.
D.
Carlos I, fotógrafo amador é o título da exposição que apresenta 46
fotografias em reprodução digital, obtidas a partir dos originais da
época, a maioria assinadas e legendadas pelo soberano, e integra ainda
fotografias feitas pela rainha D. Amélia e pelos príncipes D. Luís
Filipe e D. Manuel.
«Esta
é uma faceta que é muito pouco conhecida de D. Carlos, apesar de se
saber que o Rei era um interessado na fotografia», disse à Lusa o
director da Torre de Tombo, Silvestre Lacerda.
«Estas
imagens eram muito pouco conhecidas e têm a particularidade de todas
estarem assinadas pelo Rei à excepção de umas dez», acrescentou.
As excepções são fotografias realizadas por D. Amélia (três), D. Luís Filipe (quatro) e D. Manuel (três).
«É curioso notar que outros membros da família real faziam fotografia», sublinhou o responsável.
As
46 imagens que constituem a exposição pertencem ao arquivo da Fundação
da Casa de Bragança e mostram as campanhas oceanográficas do monarca,
touradas de canastra, regatas em Paços de Arcos, a armação do atum no
Algarve, e membros da família real.
Um
dos interesses desta exposição de fotografia que esteve patente no
verão passado no Paço Ducal de Vila Viçosa «é que se percebe
perfeitamente que a fotografia serviu de apoio à pintura de D. Carlos»,
como faziam na Europa do tempo outros pintores.
Neste contexto surgem assim fotografias dos banhos em Cascais, da pesca do atum e do iate Amélia.
«Há
um aspecto muito curioso que se nota que são as experiências pela mão
do Rei, particularmente nas platinotypias (processo fotográfico antigo),
que é o tempo da exposição utilizado para a realização das provas e
quais os químicos usados, o que era na altura um segredo», salientou.
Segredos
que a ciência também já desvendou relativamente a fotógrafos
prestigiados da época como Carlos Relvas e a Martins Sarmento, referiu
Silvestre Lacerda.
Segundo
o director da Torre da Tombo, «demonstra-se também que o Rei estava a
par em termos sociais daquilo que se fazia e daquilo que eram as
inovações a diferentes níveis».
Relacionado
com as fotografias será exibido o documentário D. Carlos, Oceanógrafo
(1997), de Jorge Marecos Duarte e Sérgio Tréfaut, com narração, Luís
Miguel Cintra, que utiliza fotografias tiradas pelo Rei.
Na
área documental entre outros, será mostrado pela primeira vez ao
público o pergaminho de 60X80cm relativo ao auto de juramento da
Constituição de D. Carlos, assinado em Cortes por todos os dignitários.
Outro
documento interessante é a certidão de nascimento de D. Carlos, mas sem
o nome do recém-nascido ainda, e o contrato de casamento celebrado com a
princesa Amélia de Orleães.
Segundo
o responsável, com esta mostra, procura-se «estabelecer uma ponte entre
a arte fotográfica praticada pelo soberano e o testemunho da sua
própria vida e do seu tempo».
A
exposição D. Carlos I, fotógrafo amador é inaugurada hoje às 18h pelo
secretário de Estado da Cultura, Elísio Summavielle, na Torre do Tombo,
na Cidade Universitária, em Lisboa, e estará patente até 12 de Julho.
Lusa/SOL - Jornal SOL
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El-Rei fotógrafo na Torre do Tombo
A exposição “Dom Carlos I, fotógrafo amador” patente na Torre do Tombo, em Lisboa, até Julho
integra 46 fotografias, a maioria assinadas e legendadas pelo próprio
monarca, mas também fotografias tiradas pela Rainha, Sua Mulher, Dona
Amélia, e os Filhos, o Príncipe Real Dom Luís Filipe e o Infante Dom
Manuel (futuro Dom Manuel II, último a ocupar o Trono Português).
A
exposição das imagens esteve patente, recorde-se, o Verão passado no
Paço Ducal dos Bragança, em Vila Viçosa e pertencem à Fundação da Casa
de Bragança. Podemos ver as campanhas oceanográficas do soberano,
touradas de canastra, regatas em Paço de Arcos, a armação do atum no
Algarve, e membros da Família Real, assim como os banhos em Cascais e o
iate Amélia.
Dom
Carlos herdou dos Pais, Dom Luís e Dona Maria Pia o gosto pelas
inovações num século onde tudo era novo em termos de mecanismos.
Curioso, observador, o Rei integrava-se no devir social do seu tempo e
seguia todas as inovações.
Em
Lisboa a exposição é enriquecida com a exibição do documentário “Dom
Carlos, Oceanógrafo” (1997), de Jorge Marecos Duarte e Sérgio Tréfaut,
com narração, Luís Miguel Cintra, que utiliza fotografias tiradas por
Sua Majestade.
Outra
mais valia desta mostra é a área documental em que será mostrado pela
primeira vez ao público o pergaminho de 60X80 cm relativo ao auto de
juramento da Constituição Portuguesa da época por Dom Carlos, e assinado
nas Cortes (Parlamento) por todos os dignitários.
Os
visitantes poderão ver ainda a certidão de nascimento de Dom Carlos e o
contrato de casamento celebrado com a Princesa Amélia de Orleans.
Uma
mostra que, segundo nota da Torre do Tombo pretende “estabelecer uma
ponte entre a arte fotográfica praticada pelo soberano e o testemunho da
sua própria vida e do seu tempo”.
A mostra é inaugurada pelas 18:00 com a presença de Elísio Summavielle, secretário de Estado da Cultura.
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