Por muito que isso seja desagradável
para os republicanos, o Duque de Bragança é o Chefe de Estado dos
monárquicos. É-nos tão indiferente qualquer eleição presidencial, como
nos são alheias as movimentações partidárias para uma escolha que jamais
pertenceu a portugueses independentes das máquinas financeiras e dos
mais mesquinhos ou turvos interesses de grupo. Simplesmente, não estamos
interessados e sublinhamos, jamais reconheceremos a usurpada
legitimidade de qualquer "oligarca eleito". Jamais e seja ele quem for.
Vivemos um momento de desespero, em que
certas pessoas subitamente se dão conta de um património histórico, que
decisivamente poderá contribuir para uma saída da actual situação a que o
regime conduziu Portugal. Bem pelo contrário, o Duque de Bragança desde
sempre tem privilegiado as relações com os países que outrora
pertenceram ao espaço nacional, assim como aqueles outros com quem o
nosso país há séculos mantém relações. Longe de uma Europa que nos
ignora ou menospreza, a Ásia, a África e a América que despontam para o
novo milénio, são sempre receptivas a todas as atenções, especialmente
se estas não se devem apenas ao egoísta interesseirismo monetário dos
agentes políticos.
D. Duarte cumpriu o dever que lhe
corresponde como nosso Chefe de Estado e agiu em conformidade com a
missão que lhe é conferida pela História, longa de quase um milénio.
Como nota curiosa, o Partido de Lula e de Dilma não fez a menor menção
às saudações enviadas
por Chefes de Estado em exercício - ignorou Cavaco Silva, por exemplo
-, abrindo uma excepção para o D. Duarte. Para que não haja qualquer
dúvida acerca do posicionamento do Duque de Bragança, aqui deixamos o
texto enviado à Presidente eleita do Brasil, assim como o comunicado do Partido dos Trabalhadores, inserido no seu jornal:
"Da redação: Dom Duarte, é
considerado um homem de mentalidade muito aberta e sempre foi simpático
ao governo de Lula. Durante a campanha foi ao Brasil e tentou um
encontro com Dilma para manifestar seu apoio.
Dom Duarte é o chefe da Casa Real
portuguesa, descende também de Dom Pedro II e, ao contrários dos Orleans
e Bragança que moram no Brasil, é um homem progressista.
Entre outras iniciativas de Dom Duarte destaca-se a de“Presidente
da Campanha “Timor 87”, onde desenvolveu atividades de apoio a Timor e
aos Timorenses residentes em Portugal e noutros países, iniciativa que
teve o mérito de dar um maior destaque à Causa Timorense.
Sob a presidência do Senhor Dom
Duarte participaram dessa campanha numerosas personalidades notáveis de
diferentes quadrantes da sociedade portuguesa da altura, conseguindo-se a
construção de um bairro para Timorenses desalojados.”
O interesse de Dom Duarte e dos seus
amigos é que Portugal tenha com o Brasil uma aliança estratégica, como a
Inglaterra tem com os Estados Unidos, afastando mais Portugal dos EUA,
uma tendência que cresce em Portugal e deveria ser explorada."
A mensagem na íntegra, enviada no passado dia 6 de Novembro:
"Senhora Presidente Eleita da República Federativa do Brasil
Neste momento de grande expectativa
em relação ao fortalecimento do papel internacional do Brasil quer ao
nível económico, quer no âmbito do Atlântico Sul e da CPLP, quero
expressar em meu nome pessoal, mas também no da minha família e de
muitos portugueses que confiam na representação nacional da Casa de
Bragança, a mais viva esperança de que a sua eleição para o mais alto
cargo da Nação Brasileira - a Pátria de minha Mãe -permitirá fortalecer
os laços culturais e económicos entre os nossos países, e entre as
respectivas comunidades emigradas e que a língua portuguesa em que ambos
nos expriminos possa ganhar uma ainda maior projecção global.
Queira receber, Senhora Presidente
Eleita, os meus calorosos cumprimentos e a minha admiração pelos
objectivos de justiça social e empenho na defesa dos desfavorecidos que o
seu percurso político e pessoal garante ao Brasil, ao mundo da
Lusofonia e à comunidade internacional
Lisboa, 6 de Novembro de 2010
Dom Duarte de Bragança"
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