Uma das vantagens da monarquia
reside, claramente, no facto de um Rei não ter antecedentes partidários
e, como tal, não estar comprometido com nada nem ninguém. Daqui resulta
uma mais que óbvia independência perante as forças político-partidárias
que governam, de facto, o País. O Rei tem, então, todas as condições
para exercer o seu papel moderador de Chefe de Estado.
Dirão de imediato os republicanos de
serviço que a Republica é mais democrática, pois o Chefe de estado é
eleito por sufrágio universal e que é mais justa pois qualquer cidadão
nacional pode ser Presidente. Tais afirmações têm de ser analisadas por
partes.
Primeira parte: “a República é mais democrática”.
Isto não é mais que um insulto à inteligência nacional. Não é preciso
ser monárquico para reconhecer que países como Reino Unido, Bélgica,
Noruega, Países Baixos, etc são democracias. Também não é preciso ser
monárquico para saber que esses países são monarquias. A afirmação acima
não faz, portanto, qualquer sentido.
Segunda parte: “qualquer cidadão nacional pode ser Presidente”.
Em teoria, tem de se reconhecer, isto é verdade. A prática, contudo,
diz-nos precisamente o contrário. Ninguém minimamente sério pode
acreditar que alguém consiga ser Presidente sem uma poderosa máquina
política por detrás de toda a campanha.
Outro argumento popular (do lado dos
monárquicos) é a questão da educação dos herdeiros aparentes (do Rei).
Este ponto é frequentemente desvalorizado pelos republicanos. Nada que
deva surpreender, vindo de alguém que defende um regime que está a
destruir progressivamente (e a passo largo) o sistema de educação
nacional. E os professores que o digam!
A educação é de suprema importância.
Nenhuma nação resiste se não possuir uma boa educação. O herdeiro
aparente [do Rei] deve ter espelhado na sua educação a preocupação do
País com a educação de todos os cidadãos.
É através de uma boa educação que o
futuro Rei irá ter contacto com as realidades nacionais e
internacionais. Só através de uma educação cuidada e devidamente
direccionada é que o futuro Rei pode aprender, desde cedo, a compreender
o País que também é seu, com todos os seus defeitos e virtudes. Só
através de uma educação esmerada e devidamente orientada é que o futuro
Rei poderá compreender o Mundo em que está inserido, ganhando uma visão
esclarecida do mesmo (nas mais variadas áreas) através do alargamento
dos seus horizontes. Só através de uma educação primorosa é que os dois
aspectos anteriores poderão ser conciliados, dando ao Rei a capacidade
única, por ser desde cedo preparado para isso, de projectar no Mundo o
seu País sem que este, contudo, perca a sua identidade, a sua natureza.
Pobres daqueles que não conseguem compreender a importância de ter uma
Pátria com uma identidade forte, que não se desvaneça!
Não se esqueça que a educação dada ao
herdeiro aparente deve espelhar o sistema de educação do País. Neste
sentido, este argumento da educação é, pode-se concluir, de extrema
importância não se resumindo à análise superficial que, por vezes, lhe é
feita.
(continua …)
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