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A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO

A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO
Autor: Nuno A. G. Bandeira

Tradutor

quarta-feira, 30 de junho de 2010

PAIVA COUCEIRO PRESO E EXILADO, VÁRIAS VEZES, POR SALAZAR

Exilado pelo salazarismo a 16 de Setembro de 1935, por seis meses, por ter criticado publicamente a política colonial do regime.


Carta de Henrique de Paiva Couceiro a António de Oliveira Salazar, em 31 de Outubro de 1937

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Carta de Henrique de Paiva Couceiro, preso, a António de Oliveira Salazar, em 18 de Novembro de 1937


Esquadra de policia de Alcantara
Novembro, 18 de 1937

Exm.º Snr. Presidente do Conselho de Ministros Dr. Oliveira Salazar

No dia 13 do corrente, pelas 13,30 da tarde, fui convidado a depôr na policia de Defesa Social e Politica, acerca da carta que dirigi a V. Ex.ª com data de 31 de Outubro p. passado.

Até essa data de 13 apenas a comunicara a 4 ou 5 amigos próximos fazendo assim um uso restritissimo do direito que me reservava no P.S. da mesma carta, ou antes representação.

Feita a deposição nestes termos, fui, todavia, detido n'um gabinete sob vigilancia d'um agente; e, pelas 11 da noite, levado para a esquadra de S. Marta com a escolta de 2 agentes.

Entregue ao chefe respectivo, dei entrada no cárcere com grades na janela e na porta; fechada esta, aí fiquei com sentinela à vista. Na terça-feira 16, transferiram-me para a esquadra de Alcântara fazendo o trajecto n'um aurtomóvel celular. Finalmente ontem, 17, recebi aviso de marcha para fóra do País sem indicação de fronteira.

Em resumo, trata-se como se trataria um bombista ou um vigarista, um homem cheio de serviços à sua Pátria, e que precisamente por patriotismo escreveu a V. Ex.ª uma representação, em que se não contem o minimo ataque à sua dignidade pessoal. E todos estes atropelos sobre garantias civicas e sobre os respeitos que me são devidos sem favor, foram praticados sobre a responsabilidade directa de V. Ex.ª como Chefe da Policia Nacional.

Não ofenda quem quer, Snr. Presidente. E eu não me encontro ofendido. Não resisto, como vê. Nem preciso. Porque, por muito que V. Ex.ª se esforce por me apresentar como criminoso comum, ninguém, - permita-me que lho diga sem ofensa, - o acredita. Os meus êrros são muitos, sem duvida. (Errare Humanum esd). Mas o Povo Português verdadeiro, seja qual for a sua côr, - tem confiança absoluta no meu desinteresse e no meu patriotismo. Conhecem-me como eu os conheco. Donde resulta que os procedimentos de V. Ex.ª contra mim são interpretados d'outro modo, pouco lisonjeiro, devo dizer-lhe. Assim, - repito - V. Ex.ª não me ofende. Sôbre o escudo rigido d'uma vida inteira com uma cara só, os seus manejos resvalam para retraír sobre a sua própria cabeça, com despretigio da sua auctoridade. A policia, a censura e as mistificações da imprensa turibulária, são apoios precários, - pode querer-me crer-mo. E, se não arranja coisa melhor, arrisca-se a descer do Capitólio qualquer dia.

Até à vista Snr. Presidente.
Henrique de Paiva Couceiro


Polícia de Vigilância e de Defesa do Estado (mais tarde P.I.D.E.) – “Certificado de viagem” com que Henrique Paiva Couceiro saíu de Portugal para o seu último exílio em Espanha. Ia fazer 77 anos! Mesmo assim foi tratado por Salazar como o pior dos criminosos…

 
(Fontes: Miguel Paiva Couceiro no Facebook, Sítio "Unica Semper Avis" e Blogue "Causa Monárquica")

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